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Viva a História / The Crown

The Crown: Afinal, o que foi o 'annus horribilis' dito por Elizabeth II?

Saiba quais foram os acontecimentos de 1992, ano descrito como horrível por Elizabeth II, retratados em 'The Crown'

Redação Publicado em 09/11/2022, às 12h57

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Rainha Elizabeth II discursando em 1992 - Reprodução/ YouTube/  National Geographic Brasil
Rainha Elizabeth II discursando em 1992 - Reprodução/ YouTube/ National Geographic Brasil

Nesta quarta-feira, 9, chegou à Netflix a quinta temporada de “The Crown”, série que conta sobre a vida e o reinado da Rainha Elizabeth II. A produção entra em uma nova fase da história da monarca, sendo assim, teremos mais uma vez a troca de elenco: Imelda Staunton assume o papel da rainha, Jonathan Pryce dá vida ao princípe Philip, Elizabeth Debicki está no papel da princesa Diana, Dominic West será o príncipe Charles, Lesley Manville interpretará a princesa Margaret, Jonny Lee Miller será John Major e Senan West dará vida ao príncipe William. Confira o trailer!

A nova leva de episódios abordará um período conturbado da vida da família real. Inclusive, quase todos os escândalos que poderão ser vistos na série aconteceram ou começaram em 1992. Esse ano foi tão marcante na vida da rainha, que ela acabou o definindo como “annus horribilis”, expressão em latim que significa “ano horrível”. 

Elizabeth II disse o termo em um discurso feito em 24 de novembro de 1992, quando comemorava sua quarta década no trono britânico. Ela afirmou aquele ano não era um no qual ela olharia com prazer, e ainda ressaltou: 

Nas palavras de um dos meus correspondentes mais simpáticos, este se tornou um 'annus horribilis'".

Confira o discurso completo: 

Mas o que aconteceu em 1992? 

Entre as polêmicas e desgraças que aconteceram em 1992, podemos citar o incêndio no Castelo de Windsor, o fim do casamento de três dos seus filhos e a tensa relação com a mídia. 

Logo em janeiro de 1992, o príncipe Andrew, terceiro filho da rainha Elizabeth II, e sua esposa, Sarah Ferguson, a duquesa de York, contaram para a monarca que eles iriam se separar. Neste pequeno encontro, ficou decidido que o fim do casamento não seria divulgado nos seis meses seguintes. Porém, o casal anunciou a separação em março e, cinco meses após o anúncio, Ferguson se envolveu em um dos maiores escândalos da realeza daquele ano. 

O polêmico jornal Daily Mirror publicou em agosto de 1992, algumas fotos comprometedoras da duquesa com seu novo namorado, o milionário americano John Bryan. As imagens foram feitas por um paparazzi, sem o consentimento de Ferguson. Ao saber sobre as fotos, Sarah, que estava viajando com a família real, decidiu voltar para sua casa, em Surrey, que já estava cercada por muitos paparazzis. 

Apesar do divórcio entre Príncipe Charles e a Lady Di só acontecer de fato em 1996, as crises do relacionamento começaram a ser divulgadas pela mídia em 1992. E isso foi um dos grandes motivos para gerar a tensão entre a família real e a imprensa.

Em junho daquele ano, o jornal “The Sunday Times” publicou trecho do livro “Diana: A verdadeira história dela”, onde Lady Di expunha a crise que o casal vivia. Não bastando, o meio de comunicação ainda transcreveu algumas gravações telefônicas da princesa de Gales, o que intensificou ainda mais o escândalo. Uma das ligações transcrita era entre o príncipe Charles e Camilla Parker Bowles, sua amante na época. 

Outro acontecimento que causou um rebuliço na família real foi o divórcio da princesa Anne. A única filha de Elizabeth II já está separada de seu marido, o tenente Mark Phillips, desde 1989, mas a separação formal só veio em 1992. 

Além disso, no final do ano, especificamente em 20 de novembro de 1992, ocorreu um incêndio no Castelo de Windsor. O fogo, que se iniciou na capela particular da rainha e se alastrou por outras partes do castelo, estragou boa parte da estrutura da construção, além de queimar itens de valores. Apesar de uma corrente humana ter sido formada para salvar móveis e obras de artes, os reparos custaram cerca de R$ 220 milhões na época. 

O discurso em que Elizabeth II definiu que 1992 foi um “annus horribilis" foi feito quatro dias após o incêndio. Na ocasião, a soberana não rebateu as críticas à realeza por conta dos escândalos.

Críticas são boas para pessoas e instituições que são parte da vida pública. Nenhuma instituição deve se considerar livre do escrutínio daqueles que dão a ela sua lealdade e apoio, sem mencionar aqueles que não o fazem. Esse escrutínio pode ser igualmente efetivo se for feito com um toque de gentileza, bom humor e compreensão", disse a monarca. 

A rainha Elizabeth II, que comemorou 70 anos à frente do trono britânico, faleceu de causas naturais em 8 de setembro de 2022. Ela estava em seu palácio na Escócia, o Castelo de Balmoral, quando fez sua partida. O seu filho mais velho, Charles, é o mais novo rei do Reino Unido, sendo conhecido como Rei Charles III