Recreio
Busca
Facebook RecreioTwitter RecreioInstagram Recreio
Games / A Ascensão do Ronin

Os detalhes por trás da criação de 'A Ascensão de Ronin'

Em entrevista para a Revista Recreio, o produtor Yosuke Hayashi, revelou os detalhes por trás da criação de 'A Ascensão de Ronin'

Cena do game 'A Ascensão de Ronin' - Reprodução/PlayStation
Cena do game 'A Ascensão de Ronin' - Reprodução/PlayStation

Lançando em março deste ano, “A Ascenção de Ronin” é o mais recente lançamento exclusivo da PlayStation. O game, ambientado no fim do período Edo, xogunato que vai de 1603 a 0868, leva os fãs para um momento histórico importante para o Japão: quanto o país começou a se abrir para a cultura e economia ocidental.

Para entender mais sobre o título, a RECREIO conversou com Yosuke Hayashi, produtor da Koei Tecmo Games responsável por “A Ascenção de Ronin”. Confira!

RECREIO:Muitos dos grandes títulos atuais que lidam com o tema asiático apresentam uma versão mais folclórica. Por que vocês decidiram seguir um caminho diferente e ambientar o jogo em um período histórico real?

Yosuke Hayashi: Como o título “Ronin” sugere, o conceito do jogo é que os jogadores cresçam como Ronin por meio de uma história moldada pelos laços que criam com várias figuras. É por isso que optamos por uma abordagem baseada na forma como retratamos os personagens. É claro que, para oferecer um jogo de ação divertido, também tomamos liberdades criativas em termos de design de inimigos e jogabilidade de ação, garantindo, ao mesmo tempo, que não nos desviássemos dessa direção fundamentada.

RECREIO:O jogo se passa no final do Japão feudal. Houve algum motivo específico para que esse período fosse escolhido para o enredo?

Hayashi-san: O período Bakumatsu marcou uma mudança significativa para o Japão e é um dos períodos mais turbulentos do país. Fomos inspirados a retratar esse mundo caótico — caracterizado como a escuridão antes do amanhecer — e a energia daqueles que lutaram por vários ideais, juntamente com os habitantes da cidade que antecipavam a revolução. A ideia central por trás desse jogo era fazer com que os jogadores vivenciassem esse cenário como um Ronin livre e sem mestre, sem um conjunto preconcebido de convicções.

RECREIO:Como foi o processo de pesquisa histórica para recriar esse período? Quanto tempo foi necessário para concluir a pesquisa?

Hayashi-san: O jogo se passa em meados do século 19 em Yokohama, Edo (atual Tóquio) e Kyoto. Muitos santuários, templos e outras arquiteturas desse período ainda existem hoje, e realizamos um trabalho de campo como referência para o design do ambiente e dos níveis do jogo. Essa pesquisa foi realizada em um período de dois a três anos durante a pandemia do coronavírus. Isso foi de certa forma um ponto positivo para nós, pois a ausência de grandes multidões de turistas nos permitiu pesquisar esses locais com mais eficiência.

RECREIO: Houve alguma dificuldade em representar com precisão o Japão do período Edo no jogo?

Hayashi-san: Usamos documentos e fotografias para pesquisar aspectos culturais e arquitetônicos que não existem mais. Os diários de Rutherford Alcock e Ernest Satow, que aparecem no jogo, bem como as fotografias de Felix Beato, que também aparece no jogo, forneceram informações valiosas sobre as perspectivas dos estrangeiros que visitaram o Japão nessa época. Esses materiais nos ajudaram a recriar o período, desde suas condições e atmosfera até seus sons.