Quem são as pessoas que inspiraram a criação de Peter Pan?

Você sabia que a trama do Peter Pan foi inspirada em pessoas reais? A história do menino que não queria crescer foi criada pelo escocês J.M. Barrie, e foi lançada em 1904 no formato de uma peça de teatro. O conto mostra Peter Pan fazendo amizade com John e Michael, irmãos de Wendy, e os levando para conhecer a Terra do Nunca. 

Neste ano, a obra ganhará uma nova adaptação no formato live-action lançado pela Disney, que recebeu seu primeiro trailer nesta terça-feira, 28. Confira!

True Beauty

Cha Eunwoo e Moon Ga Young, de 'True Beauty', se reencontram em evento

BTS

Em protesto, fãs do BTS enviam caminhões e coroas de flores a HYBE

Mas, na vida real, a história que deu origem ao conto começou em 1897, quando o autor, aos 37 anos, já era casado e bem-sucedido. Ele teria encontrado três irmãos da família Llewelyn Davies, passeando pelos Jardins de Kensington, e teria se encantado com eles. Essa admiração é descrita por Andrew Birkin, o biógrafo do autor.  

Na época, Barrie era o escritor mais rico do país, mas não tinha filhos. Ele encontrou em Kensington o jovem George Davies, que tinha 4 anos, e passeava com seus irmãos mais novos, Jack e Peter, e sua babá, Mary Hudson, e começou a conversar com eles”, declarou Birkin à BBC

Os três meninos que Barrie se encantou eram os primeiros herdeiros do advogado Arthur Llewelyn Davies e de sua esposa Sylvia, que era filha de um escritor. Mais tarde, o casal teve mais dois filhos, sendo que um deles tinha o nome de Peter, que para muitos, foi a principal inspiração do escritor escoces para criar Peter Pan. 

Birkin comentou sobre a amizade entre Barrie e a família Llewelyn Davies: 

Para ele era quase como ser um avô. Ele podia aproveitar a convivência com a família Llewelyn Davies sem ter que assumir responsabilidade pelas crianças".

O autor teve um passado trágico: quando era jovem, seu irmão mais velho faleceu em um acidente de patins e isso devastou a família e tal momento marcante teria contribuído para a depressão do escritor. Nicholas, um dos cinco irmãos Llewelyn Davies, deu uma entrevista à BBC em 1978 e falou sobre Barrie: 

As pessoas podiam ter a impressão de que ele era um homem triste e sozinho, mas na minha opinião durante 80% do tempo era uma pessoa bem humorada e em apenas 20% era melancólico"

Em 1907, o pai dos meninos morreu aos 44 anos por conta de um câncer e, três anos depois, a mãe também faleceu, deixando os irmãos órfãos. Barrie, que era chamado pelos garotos como “tio Jim”, já havia se separado de sua mulher e acabou se tornando um “guardião informal” dos cinco Llewelyn Davies, chegando a pagar quase todos os custos de estudos deles. 

George, Michael e Nicholas gostavam muito de Barrie e lhe escreviam frequentemente. Michael chegou a escrever 2 mil cartas para ele. Já Peter tinha uma relação um pouco mais complicada com o escritor”,diz Birkin.

Fim Trágico 

Mas a pequena família de Barrie não seria feliz por muito tempo. Em 1915, George morreu nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, aos 21 anos. Michael, aos 20 anos, morreu afogado em Oxford seis anos mais tarde que seu irmão e há boatos de que ele teria se suicidado, mas Birkin colocou a tragédia como acidente. 

Hoje em dia, alguns estudiosos levantam a hipótese de que haveria algum “elemento sexual” no interesse de Barrie pelos irmãos. As supostas provas para essa possibilidade estariam em algumas passagens do conto “O Pequeno Pássaro Branco”, escrito em 1902, onde é abordada a relação de amizade entre um soldado aposentado sem filhos e um menino. 

Entretanto, o biógrafo do autor afirma que ele era somente um homem frustrado por não ter se tornado pai e ainda disse que não identificou qualquer “elemento sexual” nos textos do escocês, e na relação dele com os garotos Llewelyn Davies. Além de Birkin, Nicholas disse que nunca viu o “tio Jim” demonstrar qualquer interesse por temas sexuais e acredita que ele é inocente dessa acusação. 

J.M.Barrie, que nunca superou a morte de George e Michael, faleceu em 1937. Na época, PeterDavies trabalhava como editor, mas em 1960 ele se suicidou ao se jogar na frente de um trem em movimento em Londres.