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O live-action esquecido da Barbie que não deu certo

O filme que traria Barbie em live-action começou a ser planejado em 2014, mas as ideias não saíram do papel; descubra o motivo!

Izabela Queiroz Publicado em 12/07/2023, às 17h47 - Atualizado em 14/07/2023, às 18h47

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Margot Robbie no live-action de 'Barbie' - Divulgação/Warner Bros. Discovery
Margot Robbie no live-action de 'Barbie' - Divulgação/Warner Bros. Discovery

O primeiro live-action da Barbie esteve nos planos da Mattel por anos até finalmente ganhar forma pelas mãos de Greta Gerwing, diretora indicada ao Oscar por “Adoráveis Mulheres” e “Lady Bird: A Hora de Voar” que comanda o filme que chega aos cinemas 20 de julho e traz Margot Robbie na pele da boneca mais famosa do mundo.

Ainda assim, antes do roteiro assinado por Gerwing e Noah Baumbach (História de um Casamento) ganhar vida nas gravações, houve outro longa-metragem planejado para a Barbie pouco menos de dez anos atrás, momento em que a Warner Bros. Pictures ainda estava longe da jogada. — Mas, que filme é esse?

O filme de Barbie que deu errado

Uma produção em que Barbie fosse interpretada por atores reais é sonhada desde 2009, quanto a Mattel fechou um contrato com a Universal Pictures. O projeto acabou ficando engavetado por anos não recebendo nenhum progresso pela produtora. 

Assim, em 2014, a Sony Pictures foi quem assumiu a responsabilidade de produzir a trama para os cinemas, mas apesar de atrizes terem sido escaladas e ideias para o filme tenham sido reveladas ao público, as ideias adotada pelo estúdio acabaram sendo descartadas.

O motivo para o fracasso do longa-metragem idealizado pela Sony ganhou perspectiva por meio de uma das roteiristas contratadas para o projeto: Diablo Cody (Juno), que contou a GQ Magazine que uma das principais razões para o filme não ter sido concluído é o cenário cultural dá década passada:

Quando eu fui contratada, a cultura não tinha abraçado a femme ou a loira burra como arquétipos feministas válidos. Se você procurar por Barbie no TikTok, você encontrará toda uma subcultura que celebra o feminino. Mas, em 2014, colocar uma boneca loira, branca e magra como uma heroína era pouco razoável".

Além disso, a roteirista explica que também haviam conflitos criativos, já que a Sony idealizou combinar a abordagem afetuosa de Cody com a bagagem profissional de Amy Schumer, atriz e humorista que se tornou o primeiro nome escalado para dar vida a boneca. Ela explica que a ideia era uma "anti-Barbie" e que fazia sentido na época "dada a retórica feminista de dez anos atrás”.

Eu realmente não tinha liberdade para escrever algo que fosse fiel à iconografia, eles queriam um toque feminista de chefe feminina na Barbie, e eu não consegui, porque não é isso que a Barbie é”, relembrou Cody.

No bate-papo, Cody mencionou ainda “Uma Aventura Lego”, filme lançado em 2014 que se tornou um enorme sucesso. Ela traça um paralelo entre os dois roteiros para explicar que as premissas semelhantes se tornaram um obstaculo na época.

Virou um problema para mim, porque eles fizeram tão bem. Sempre que pensava em algo metalinguístico, ficava muito parecido com o que tinham feito. Foi um obstáculo para mim. Mas agora passou tempo suficiente e eles podem até escalar o Will Ferrell como o antagonista no filme da Barbie e ninguém se importa".

Vale lembrar que o comediante Will Ferrell interpretou o vilão da animação, o personagem Business, assim como viverá o antagonista de “Barbie” sobre a mesma base: um executivo malvado que quer controlar bonecos.

Pouco antes de Cody, Amy Schumer também forneceu sua visão sobre a não conclusão da trama. A comediante confirmada para dar vida a boneca em 2016, deixou o projeto em 2017 alegando “conflitos de agenda”, mas revelou ao The Hollywood Reporter (via CanalTech) em 2022 que, na verdade, teria desistido do papel devido ao tom do roteiro, já que ela teria sugerido que Barbie fosse uma grande inventora, mas a produção teria escrito que a criação da personagem deveria ser um sapato de gelatina. 

Ela voltou a falar sobre o filme em julho deste ano, quando, em participação ao programa "Watch What Happens Live" (via Variety), contou que o antigo roteiro não era "legal e feminista", enquanto elogiava a nova equipe por trás do filme.