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Viva a História / Independência do Brasil

Qual é o local exato da proclamação da Independência do Brasil? Pesquisa responde

Uma pesquisa pode ter respondido o local exato em que Dom Pedro I proclamou a Independência do Brasil. Descubra!

Redação Publicado em 07/09/2023, às 12h00 - Atualizado em 14/09/2023, às 11h02

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Quadro "Independência ou Morte", de Pedro Américo (1888) - Museu Paulista/Domínio Público
Quadro "Independência ou Morte", de Pedro Américo (1888) - Museu Paulista/Domínio Público

Nas aulas de história, aprendemos que, em 7 de setembro de 1822, o então príncipe regente do Brasil, Dom Pedro I, declarou Independência enquanto estava na Colina do Ipiranga, junto ao Riacho do Ipiranga, na cidade de São Paulo, após receber uma carta de sua esposa, Maria Leopoldina, com orientações sobre a relação entre Portugal e os brasileiros.

Mas, será que esse marco histórico tão importante para nosso país aconteceu mesmo no lugar em que aprendemos?

O verdadeiro lugar

Por anos o assunto se tornou um grande questionamento entre historiadores, que se mobilizam há décadas para chegar em uma conclusão sobre o local exato em que Dom Pedro I teria gritado “Independência ou Morte!” — onde, por certas vezes, já chegou a ser definido de forma errônea.

Conforme repercutido pelo portal Aventuras na História, dizer que o memorável grito foi dito "às margens do Ipiranga" não está errado, porém, alguns livros de história podem ter se equivocado ao citarem a localização exata.

Diferente da forma em que é descrito em determinadas obras, uma pesquisa divulgada em 2021 pelo engenheiro especializado em cartografia histórica Jorge Pimentel Cintra, que está ligado à Escola Politécnica e ao Museu do Ipiranga, o evento histórico não teria acontecido na Casa do Grito, ou no local em que se encontra o Monumento à Independência, como muitos pensam.

Segundo uma apuração exclusiva da Folha de S.Paulo, a Independência do Brasil teria sido proclamada entre a Casa do Grito e a rua dos Patriotas, na área onde hoje se encontra a ala esquerda do parque da Independência (olhando de frente para o museu), em um local onde existem apenas árvores.

A conclusão surgiu após o pesquisador analisar uma ata de uma das sessões da Câmara Municipal de São Paulo, datada de setembro de 1825, onde haveria sido discutido a marcação do ponto exato da proclamação. Para isso, Canto e Melo, e algumas outras testemunhas, foram convidadas pelos vereadores paulistas para demarcar o local de forma precisa.

Com isso, uma baliza teria sido fincada na área em que ecoou o grito de Dom Pedro I, porém, ela não durou por muito tempo. Isso porque, por motivos desconhecidos, cerca de 40 dias depois um erro teria acontecido e o item foi retirado do local.

Tentando resolver o problema, a baliza foi substituída por uma pedra, que foi posicionada há 200 metros ao sul da localização correta, aproximadamente onde hoje está situado o jardim francês. Apesar da imprecisão, a marcação não foi corrigida.

Enquanto isso, no começo do século 20, durante a coordenação do primeiro do Museu do Ipiranga, o alemão Hermann von Ihering, tentando consertar o primeiro erro, teria colocado um mastro de madeira no verdadeiro ponto certo, após pesquisas apontarem o erro da pedra.

Contudo, um novo erro atrapalhou a descoberta do local exato do “Independência ou Morte” já que, após uma remodelação na região do parque entre os anos de 1920 e 1922, para a celebração do centenário da Independência, o mastro teria sido removido.

Desde então, ninguém nunca mais tentou colocar alguma marcação no local exato da proclamação, e a história ficou por aquilo mesmo. O pesquisador Jorge Pimentel Cintra ainda aponta que, desde então, também não surgiram mais pesquisas sobre o tema.

Com os dados apresentados na ata de 1825, Cintra confrontou as informações presentes nos mapas antigos através da cartografia digital e, com a ajuda de um GPS utilizado no terreno, pode ter encontrado novamente o local exato da marcante frase de Dom Pedro I.

Até o ano de 2022, a investigação havia sido entregue para o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo de Castro, que era o responsável pelo parque da Independência, e estava sob avaliação.