Conheça algumas princesas da Disney que foram inspiradas em pessoas reais
Daniela Bazi Publicado em 21/10/2023, às 11h00
Sendo uma das franquias mais famosas e lucrativas já lançadas pela Disney, muitas princesas contam com tramas que foram adaptadas pelo estúdio de Walt Disney de antigos contos de fadas — principalmente aqueles publicados pelos renomados Irmãos Grimm.
No entanto, algumas dessas personagens acabaram sendo baseadas em figuras reais, que tiveram a história de sua vida modificada para que se encaixasse em um filme de animação infantil. Confira algumas delas!
Em 1997, a Fox Animation Studios (que hoje pertence à Disney), lançou a animação “Anastasia”, filme que conta a história da princesa e grã-duquesa Anastasia, da Rússia, que fugiu junto de sua avó após o palácio imperial ser atacado por revolucionários, onde acaba batendo a cabeça durante a fuga e perdendo a memória.
A trama foi baseada na história real da última família imperial da monarquia russa, os Romanov, mais especificamente em um popular rumor envolvendo a princesa Anastasia que repercutiu pelo país durante anos. Isso porque, após os revolucionários russos sequestrarem e matarem o czar Nicolau II, ao lado de sua esposa, a czarina Alexandra Feodorovna, seus cinco filhos, Tatiana, Olga, Maria, Alexei e Anastasia, e mais quatro empregados, o corpo da herdeira permaneceu desaparecido por décadas.
Com isso, boatos surgiram afirmando que Anastasia havia sobrevivido e poderia estar em algum lugar — algo que ganhou força quando seu corpo não foi encontrado junto de seus pais e irmãos na década de 90. Com a repercussão do rumor, inúmeras mulheres apareceram em todo o país afirmando ser a herdeira dos Romanov, com o intuito de ganhar o direito de toda a herança da antiga família imperial.
Apesar do rumor ter rodado o mundo por anos, o mistério envolvendo o desaparecimento dos restos mortais de Anastasia só foi resolvido em 2008, quando cientistas russos finalmente conseguiram encontrar as ossadas da grã-duquesa e de seu irmão, Alexei.
Sendo lançada pela Disney em 1995, “Pocahontas” conta a história de uma índia nativo-americana que se apaixona por um colono inglês e, superando as diferenças, ajuda a acabar com a disputa dos dois povos pelo território da tribo.
Toda a trama foi desenvolvida baseada na história real de Amonute (também conhecida como Matoaka), jovem nascida em 1596 que era filha do líder Powhatan, e vivia na região conhecida atualmente como Jamestown, na Virgínia.
Seu par romântico na animação, John Smith, também existiu na vida real — mas a história entre os dois é completamente diferente da apresentada no filme. Matoaka e John se conheceram meses após a chegada dos colonos, quando a garota salva a vida do homem, que havia sido capturado e levado para a aldeia, onde seria morto pelo pai da menina, que tinha por volta de 10 a 12 anos, conforme apurado pelo portal Aventuras na História.
Além disso, eles nunca tiveram um relacionamento amoroso. A ideia de que os dois teriam se apaixonado surgiu graças às escrituras deixadas pelo aventureiro onde, após a morte de Amonute, descreveu que a doce e bela filha de um líder nativo poderoso o salvou de uma execução.
Na vida real, segundo repercutido pelo ScreenRant, ela chegou a se casar com Kocoum, que também aparece na animação. No entanto, existem poucas informações sobre o homem e o relacionamento do casal. O que se sabe, de acordo com informações divulgadas pela Time, é que ela tenha vivido ao lado dele até conhecer John Rolfe, britânico com quem ela oficializou seu matrimônio em 1614, sendo o primeiro casamento entre um nativo americano e um europeu já registrado.
Amonute faleceu em 1617, aos 21 anos, durante uma viagem de barco aonde ia da Inglaterra para a Virgínia acompanhada de Rolfe. Até os dias atuais, não se sabe a causa exata de sua morte, porém, muitos especulam ter sido tuberculose, varíola, pneumonia, ou até mesmo envenenamento.
Em “Mulan” (1998), conhecemos a história de Fa Mulan, uma garota que tomou o lugar na guerra de seu pai, que estava idoso e doente, e se infiltra no exército para lutar com a China, onde acaba se tornando uma grande heroína.
A famosa animação foi inspirada em uma lenda descrita na balada folclórica milenar chinesa intitulada de “A Balada de Hua Mulan”, datada do século 6, e que remonta às dinastias do Norte da China. Nela, assim como no filme, conta a história de uma menina chamada Hua Mulan que passa a se vestir como homem para conseguir entrar no exército chinês para ocupar o lugar de seu pai, que já estava idoso e não conseguia ir para a guerra.
A jovem passa cerca de 12 anos na batalha sem revelar sua identidade, até liderar o batalhão para a vitória na batalha final. Com o fim da guerra, o Imperador oferece honrarias para os soldados mais fortes que sobreviveram — incluindo Mulan, que volta para casa exibindo para sua família a recompensa.
Por ser um texto muito antigo, existem diferentes versões espalhadas pelo mundo. Além disso, conforme repercutido pelo portal Aventuras na História, o conto foi transmitido de forma oral através dos séculos, fazendo com que a história não seja considerada verídica pela literatura chinesa.
Outro ponto importante é que não foram encontrados documentos que comprovem a existência de Hua Mulan. A única evidência é uma ilustração da garota presente no álbum Reunindo as Joias da Beleza, datada da dinastia Qing. Contudo, os historiadores ainda discutem se Mulan foi uma pessoa real, ou é apenas a protagonista de um mito, já que muitos não descartam a possibilidade de, em uma situação de urgência extrema, a China recrutasse mulheres.
