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Por que a Pixar demorou 14 anos para fazer 'Wall-E'?

Descubra o verdadeiro motivo de por trás da demora de 14 anos da Pixar para lançar 'Wall-E'

Cena da animação 'Wall-E' (2008) - Reprodução/Pixar
Cena da animação 'Wall-E' (2008) - Reprodução/Pixar

Há 16 anos, em junho de 2008, a Pixar lançava “Wall-E”, animação sobre um adorável robô criado para compactar lixo que vive sozinho na Terra após o planeta se tornar inabitável devido à grande poluição, e acaba ganhando um novo propósito com a chegada de um novo e mais moderno robô: Eva, que faz com que Wall-E enfrente uma intensa jornada através da galáxia.

Sendo um dos enormes sucessos do estúdio, de acordo com dados do Box Office Mojo (via ScreenRant), apenas em bilheteria mundial, a trama sobre o robozinho amarelo teria arrecadado mais de 521 milhões de dólares, além de arrecadar, até os dias atuais, altos valores em produtos oficiais comercializados internacionalmente.

Desde o lançamento de seu primeiro longa-metragem, “Toy Story”, em 1995, a Pixar é conhecida por suas animações repletas de detalhes. Por esse motivo, para conseguir animar um filme com alta qualidade, seguindo os padrões da empresa, é comum que os produtores passem cerca de sete anos trabalhando na mesma obra, conforme apontado pelo Collider.

Contudo, esse não foi o caso de “Wall-E”. O portal afirma que, desde o surgimento de sua ideia, até o dia do lançamento, passaram-se exatos 14 anos, sendo considerado o filme que mais levou tempo de preparação na história do estúdio.

Cena da animação 'Wall-E' (2008)
Cena da animação 'Wall-E' (2008) / Crédito: Reprodução/Pixar

Mas, por que isso aconteceu?

Para entender o motivo da demora, é preciso conhecer a história de como a ideia do filme surgiu. O Collider explica que o conceito de “Wall-E” veio durante um almoço realizado em 1994 no Hidden City Café, localizado próximo aos estúdios da Pixar, que contou com a presença de quatro grandes diretores da empresa: Andrew Stanton, Joe Ranft, John Lasseter e Pete Docter.

O principal intuito do almoço seria discutir sobre quais seriam os próximos lançamentos após a estreia de “Toy Story”, que chegaria no ano seguinte. Esse levantamento de ideias resultou no rascunho de quatro histórias que se tornariam grandes sucessos da marca: “Procurando Nemo”, “Monstros S.A.”, “Vida de Inseto” e “Wall-E”.

Cena da animação 'Procurando Nemo' (2003)
Cena da animação 'Procurando Nemo' (2003) / Crédito: Reprodução/Pixar

É importante destacar que, nessa primeira conversa, apesar de ter sido extremamente produtiva, contava com ideias rasas dos filmes, onde uns conseguiram ser mais elaborados do que outros. Como “Vida de Inseto”, por exemplo, que saiu com seu enredo principal praticamente definido, enquanto “Wall-E” tinha apenas uma ideia superficial, com um personagem definido (o robô protagonista) e a pergunta "E se a humanidade tivesse que deixar a Terra e alguém se esquecesse de desligar o último robô, e ele não soubesse que poderia parar de fazer o que está fazendo?".

Após todas as ideias serem aprovadas, era hora de dar início à produção das obras. Stanton e Docter começaram a trabalhar na trama de Wall-E ainda em 1995, intitulando o filme inicialmente de “Trash Planet” (‘Planeja Lixo’, em português), mas não avançaram muito. Dessa forma, os longas que já estavam com a história mais avançada, foram ganhando prioridade, com “Vida de Inseto” estreando em 1998, “Monstros S.A.” em 2001, e “Procurando Nemo” em 2003.

Monstros S.A
Cena da animação 'Monstros S.A' (2001) / Crédito: Reprodução/Pixar

Apesar de ter sido o último a sobrar entre as ideias geradas durante o almoço, “Wall-E” ainda levaria mais alguns anos até estrear, já que a Pixar decidiu priorizar outras ideias que surgiram nos anos anteriores, lançando assim os filmes “Os Incríveis” (2004), “Carros” (2006) e “Ratatouille” (2007).

O Collider aponta que o filme sobre o adorado robô começou a ser trabalhado oficialmente em 2003, quando o roteiro já estava bem mais avançado e parecido com a obra que conhecemos hoje. Mesmo com a longa espera, a demora teria sido benéfica para a produção, principalmente levando em consideração a evolução do estúdio na questão de tecnologias de animação, deixando a obra ainda mais impressionante, principalmente na representação do espaço.