Um clássico nas telonas, 'Avatar' também se tornou revolucionário na indústria cinematográfica
Redação Publicado em 11/01/2023, às 18h20
Além de ter se tornado um clássico, ‘Avatar’, filme lançado em 2009 sob os comandos do diretor James Cameron, se tornou um grande agente de mudança dentro da indústria cinematográfica devido ao seu uso inovador de computação gráfica e por utilizar uma técnica antiga que já não fazia mais tanto sucesso nas salas de cinema: o 3D.
O efeito da tridimensionalidade de imagens é usado em filmes desde a década de 50, onde o clássico de Hitchcock intitulado ‘Disque M Para Matar’ (1954) entrou em cartaz utilizando altura, profundidade e largura misturadas com luz e sombra, para causar o efeito que salta das telas. No entanto, o uso desse recurso era limitado, sendo visto apenas em cenas específicas dos longas-metragens.
Os primeiros em 3D eram gravados por duas câmeras, equipadas com lentes azuis e vermelhas, (mesmas cores das lentes óculos usados pelo público para que o efeito fosse visto nas grandes telas). As cores eram usadas como filtros, já que as vermelhas barravam a passagem da cor azul por meio de sua absorção, registrando imagens com total ausência dessa cor, enquanto as azuis faziam o mesmo para a cor vermelha.
Para a criação do efeito tridimensional, as câmeras tinham que ser mecanicamente colocadas juntas e travadas para captarem as imagem, e conforme relata o G1, na década de 90 quando Cameron dirigiu seu primeiro filme em 3D, uma versão de “Exterminador do futuro 2” para o parque temático da Universal Studios, foi necessária a criação de um equipamento de construção improvisado para levantar o material do chão nas cenas filmadas de cima para baixo.
Além disso, produzir imagens 3D é um processo caro, assim como havia o risco de performarem de forma estranha nas telonas ou até mesmo, não serem possíveis de serem gravadas. Por esse motivo, mesmo que com a ideia de Avatar pronta desde 1994, a tecnologia disponível não seria capaz de retratar Pandora, os Na’vi e todas as criaturas do planeta alienígena com toda a riqueza de detalhes que Cameron desejava.
Apesar do projeto ter ficado engavetado, isso não impediu que James desistisse da ideia, persistindo por 14 anos e se mantendo empenhado na criação de câmeras altamente tecnológicas, até então conseguir, contribuindo para o surgimento da câmera estereoscópica mais avançada do mundo até então, capaz de capturar digitalmente o movimento dos atores e em 3D.
Com edições finais de Peter Jackson (O Senhor dos Anéis) e da Weta Digital, 'Avatar' (2009) se tornou o primeiro filme inteiramente gravado em 3D. A inovação permitiu que o recurso voltasse a ser usado nos cinemas, sendo popular até hoje em grandes produções como os filmes do Universo Cinematográfico Marvel.
Também em 3D, ‘Avatar: O Caminho da Água’, apresenta ainda mais inovação, visto que utiliza um sistema de projeção a laser mais sofisticado conhecido como laser puro, que permite a exibição mais fluida das cenas, sem imagens tremidas.
Isso é possível, pois o equipamento usa 60 mil lumens para projetar imagens a 48 quadros por segundo (High Frame Rate – HFR), em vez dos tradicionais 24 quadros por segundo.
Além disso, várias câmeras Venice da Sony foram usadas para criar um sistema 3D estereoscópico, assim como foi desenvolvido também, um processo que captura as gravações de cima e de baixo e depois as integra em uma única imagem.
