Recreio
Busca
Facebook RecreioTwitter RecreioInstagram Recreio
Entretenimento / Oompa-Loompas

Wonka: Veja a verdadeira e problemática origem dos Oompa-Loompas

Descubra qual é a origem dos Oompa-Loompas e por que ela foi alterada após alguns anos do lançamento da história de Road Dahl

Redação Publicado em 18/12/2023, às 17h09 - Atualizado em 28/12/2023, às 11h26

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Oompa-Loompa em cena do filme 'Wonka' (2023) - Reprodução/Warner Bros.
Oompa-Loompa em cena do filme 'Wonka' (2023) - Reprodução/Warner Bros.

Com o lançamento do filme “Wonka” no início do mês de dezembro, nova trama inspirada no livro infantil “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, do autor Road Dahl, foi possível descobrir os primeiros passos do chocolateiro mais querido da ficção, assim como novos detalhes da relação de Willy Wonka com os Oompa-Loompas, as criaturas de pele alaranjada e cabelos verdes, que dessa vez ganham vida pela interpretação de Hugh Grant.

Qual é a origem dos Oompa-Loompas?

O longa-metragem revela que os Oompa-Loompas são seres que habitam a Loompalândia, local que também é citado como o país de origem desses personagens nos outros dois live-actions derivados da história criada por Dahl nos livros: “A Fantástica Fábrica de Chocolate” de 1971 e 2005.

No entanto, a primeira versão da obra escrita por Dahl, publicada em 1964, trazia uma origem diferente. Isso porque, nas páginas, o autor conta que os Oompa-Loompas eram pigmeus contrabandeados da parte mais profunda e escura da selva africana para trabalhar na fábrica de chocolate, onde receberiam sementes de cacau como pagamento, de acordo com “Roald Dahl: A Biography” de Jeremy Treglown (via CBR).

Vale mencionar que os pigmeus são membros de diversos grupos de povos da África Central que apresentam línguas e tradições de caça diversas, conhecidos por viverem na floresta e por sua baixa estatura, conforme explicado pelo portal Aventuras na História.

Dessa forma, a origem dos Oompa-Loompas no enredo original trazia representações racistas, já que, além das informações já citadas, Wonka acreditava ter feito algo bom ao retirado a liberdade de um povo, que em troca apenas alimento trabalhavam sem poder se retirar da fábrica, enquanto ele, como dono, permanecia com todo o lucro e crédito pelo sucesso.

Além disso, o mesmo se reforça entre diversas outras falas problemáticas, por exemplo, quando uma das garotas que acha o bilhete dourado para visitar a fábrica, Veruca Salt, descobre o que eram os Oompa-Loompas, e pede insistentemente que seu pai lhe compre um imediatamente, deixando claro que eles são vistos como posses.

Com isso, em 1970, ano anterior ao lançamento do primeiro filme, a Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, ameaçou boicotar o filme caso ele chegasse aos cinemas trazendo os Oompa-Loompas com a mesma retratação das páginas, o que levou a mudança das características dos personagens não só no longa-metragem, como também nos livros. 

Assim, apesar do enredo não ter sido alterado, os atributos físicos dos Oompa-Loompas surgiram de forma diferente, já que na edição de 1973 do livro os pigmeus conferiram vez a criaturas de pele rosada e cabelos castanhos dourados, enquanto no filme, eles surgiram tal qual a versão de 2023: de pele alaranjada e cabelos verdes.

A versão que se popularizou nas telonas foi fixada também no tradicional dicionário da língua inglesa, o dicionário Oxford (OED na sigla em inglês) em 2016, visto que no documento em questão, os Oompa-Loompas são sinônimo para "uma pessoa baixa" ou "uma pessoa cuja pele tem aparência laranja, tipicamente porque tomou muito sol".

Vale mencionar que a palavra foi inclusa no OED, pois se encaixava nos critérios estabelecidos pelo dicionário: ser empregada por diferentes fontes (não apenas um autor) e se tornar um termo permanente da língua, como esclarecido pela revista Veja.