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Entretenimento / As Crônicas de Nárnia

A santa da Igreja Católica que inspirou Lúcia, de 'As Crônicas de Nárnia'

Conheça a história da santa italiana que teria inspirado C.S. Lewis, autor de 'As Crônicas de Nárnia', durante a criação de Lúcia Pevensie

Sofia Luppi Publicado em 24/03/2024, às 12h00

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Georgie Henley como Lúcia em 'As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian' (2010) - Divulgação/The Walt Disney Pictures
Georgie Henley como Lúcia em 'As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian' (2010) - Divulgação/The Walt Disney Pictures

Uma das franquias de filmes mais populares nos anos 2000 foi “As Crônicas de Nárnia'', produção adaptada da série de livros de mesmo nome, escritos por C.S. Lewis. O primeiro longa foi lançado em 2005, dirigido por Andrew Adamson, além de contar com um elenco de peso: Anna Popplewell, Georgie HenleyWilliam Moseley,Skandar Keynes, Tilda Swinton, James McAvoy e Liam Neeson

Relembre o trailer de “As Crônicas de Nárnia", que está disponível no Disney+:

Inspiração cristã

Algumas pessoas não sabem, mas há muitos fundamentos e morais cristãos dentro da história dos irmãos que atravessaram um guarda-roupa e foram parar em outro mundo. Uma prova disso é que a personagem Lúcia (Georgie Henley), a primeira dos Pevensie a descobrir Nárnia, seria baseada em uma santa.

A inspiração veio de uma beata italiana que se chamava Lúcia Brocadelli de Narni. Além de usar o mesmo nome para uma personagem, C.S. Lewis também utilizou a cidade em que ela vivia, Narni (em latim, Nárnia), para nomear todo o seu universo. O município é localizado entre a cidade de Assis e Roma, na Itália. 

Lúcia, a beata, nasceu em uma família nobre, no final do século 15. Ainda criança, ela se dedicou à fé, orando e decorando altares. Aos cinco anos, enquanto rezava em frente a uma imagem da Virgem Maria em uma igreja, pediu que lhe fosse entregue a imagem do menino que estava em seus braços. O garoto de pedra se tornou em uma pessoa real, e Lúcia cuidou dele por três dias. Depois desse período, ele voltou para a igreja sozinho. 

Ela, que também teve muitas visões com santos, decidiu seguir o voto de castidade e consagrou o seu coração a Deus. A menina chegou a rejeitar vários pretendentes, mas a Virgem Maria lhe disse em uma visão que ela deveria seguir seu exemplo: ser casada e virgem. Ela foi prometida ao Conde Pietro de Milão logo após a morte de seu pai, e seu futuro marido aceitou que ela mantivesse seu voto de castidade. 

Além de suas funções como condessa, Lúcia sempre se dedicou a servir aos pobres. Ela sempre manteve uma intensa vida de oração e penitência, e nunca se deslumbrou com o luxo à sua volta, chegando a trabalhar como empregada doméstica da própria casa. 

Após desentendimentos com o marido por conta de seu estilo de vida, Lúcia partiu e foi admitida na Ordem Terceira dos Dominicanos. Ela foi enviada para Viterbo, onde se tornou abadessa do convento, e continuou tendo suas visões e recebendo sinais divinos. Após alguns anos, seu então marido a visitou e acabou ingressando para a ordem. 

Ela recebeu, por mandado do Papa Júlio II, um pedido do Duque de Ferrara para partir para Ferrara, e lá fundou um novo mosteiro, dedicando-se a educar os jovens. Com a morte do duque, algumas religiosas que viviam ali decidiram confiná-la por conta de ciúmes. Lúcia, no entanto, não perdeu sua fé em Deus nos seus 38 anos de confinamento. 

Sua saúde ficou bastante debilitada e, em 15 de novembro de 1544, ela faleceu aos 60 anos. Muito tempo após sua morte, seu corpo continuava incorrupto ao abrirem sua tumba. Em 1710 ela foi beatificada pelo Papa Clemente XI.