Recreio
Busca
Facebook RecreioTwitter RecreioInstagram Recreio
Entretenimento / Percy Jackson

Por que os filmes de Percy Jackson deram errado?

Percy Jackson chegou a ganhar duas adaptações para o cinema, que não foram bem aceitas pelos fãs — e muito menos pelo autor. Entenda!

Daniela Bazi Publicado em 20/04/2022, às 20h00 - Atualizado em 14/12/2023, às 11h32

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Imagem promocional de Percy em Percy Jackson: O Ladrão de Raios (2010) - Divulgação/ 20th Century Fox
Imagem promocional de Percy em Percy Jackson: O Ladrão de Raios (2010) - Divulgação/ 20th Century Fox

A nova série inspirada na famosa saga de livros Percy Jackson já está prestes a estrear no Disney+. A produção, estrelada por Walker Scobell (Percy Jackson), Leah Jeffries (Annabeth Chase) e Aryan Simhadri (Grover), tem lançamento marcado para o dia 20 de dezembro.

No entanto, essa não será a primeira adaptação da história escrita por Rick Riordan. Em 2010 e 2013, a franquia ganhou dois filmes lançados nos cinemas, "Percy Jackson e o Ladrão de Raios" e "Percy Jackson e o Mar de Monstros", que não conseguiram agradar ao público — e nem ao autor. Mas, por que os longas deram errado?

Produções criticadas

Desde o primeiro lançamento, os filmes receberam duras críticas dos fãs, que acusavam as produções de não serem fiéis aos livros, causando confusões de conceitos, excluindo grandes acontecimentos, alterando a personalidade marcante de alguns personagens, além de apagar alguns nomes importantes para as tramas.

Outro ponto bastante criticado pelos amantes dos livros de Percy Jackson é a idade dos atores que representaram os clássicos personagens. Logan Lerman, por exemplo, ator responsável por dar vida a Percy, possuía 17 anos no primeiro filme. Na história original, o personagem tem apenas 12.

Pronunciamento de Rick Riordan

Mas as fortes críticas aos filmes não pararam por aí. Anos após o lançamento das produções, Rick se pronunciou através de seu site oficial dando a sua opinião sobre os longas — que não contaram com a sua participação em nenhum momento.

No ano de 2016, em uma grande carta, o autor pede para que os professores ao redor do mundo não exibam "Percy Jackson e o Ladrão de Raios" e "Percy Jackson e o Mar de Monstros" em sala de aula, por não possuírem “nenhum valor educacional”.

“Caro professor, Olá! Eu sou muito grato que você está ensinando mitologia grega para suas crianças e talvez lendo meus livros com eles. Eu espero que isso esteja indo bem! […] Agora um pedido: Por favor, pelo amor de múltiplas inteligências, NÃO exiba aqueles filmes do ‘Percy Jackson’ (as aspas são intencionalmente irônicas) em sua sala de aula para uma aula de comparação-contraste ou, que os Deuses proíbam, como uma ‘recompensa’ para o fim da disciplina. Nenhum grupo de alunos merecem ser expostos a esse tipo de punição entorpecente. Os filmes possuem nenhum valor educacional. Seria melhor usar o tempo da sua aula para… Bem, praticamente qualquer coisa, inclusive encarar o ponteiro do relógio por cinquenta minutos ou tirar o dia para limpar os armários.”, desabafou Riordan.

Através do mesmo post, o escritor ainda diz que filmes como "Fúria de Titãs", "Jasão e os Argonautas" e "Hércules" são bem melhores para passar o tempo do que “aquelas adaptações desinteressantes de Percy Jackson”.

“Espero que você considere o apelo deste escritor. As crianças não precisam que você use o tempo de aula para ensinar que os filmes podem ser muito, muito ruins. Elas descobrirão isso sozinhas!”, finalizou.

Em 2018, Rick voltou a se pronunciar em seu site, dessa vez comentando de forma detalhada os dois filmes, além de falar um pouco mais sobre o seu envolvimento nas produções, enquanto discorre sobre um possível reboot.

“O autor pode ou não ser consultado, mas o pessoal dos filmes tem a palavra final em tudo. Há um mito [risos] que os autores possuem um controle muito maior sobre as decisões do filme do que eles realmente possuem. Até mesmo os escritores mais poderosos (sim, esses que vocês estão pensando agora mesmo) possuem MUITO menos influência e controle do que você acha que eles tem. Ninguém fala muito sobre isso, porque quando um filme está para ser lançado, o estúdio está interessado em fazer PARECER como se todo mundo estava muito envolvido e feliz com o produto final.”.

Além disso, Riordan também desabafa dizendo que, na época, enviava feedbacks com o intuito de tentar ajudar, mas que, no final, acabou se afastando para preservar a sua saúde mental.

“Eu fiz o meu melhor em dar um feedback que iria ajudar. Como disse muitas outras vezes, uma vez que eu li o roteiro final e vi o que eles estavam fazendo nos set de filmagens, eu entendi que tinha que me afastar pelo bem da minha saúde mental. Eu nunca assisti nenhum dos filmes em suas formas finais. O que eu sei deles, e a maneira que eu os julgo, é inteiramente baseada na minha experiência com os produtores e nos roteiros finais”.

Finalizando toda sua análise, o autor diz: "O roteiro como um todo é terrível. Eu não me refiro apenas a maneira que ele é diferente do livro, ainda que faça isso ao ponto de quase ser irreconhecível como a mesma história do livro. Os fãs dos livros ficarão irritados e decepcionados. Eles deixarão os cinemas furiosos e irão fazer uma péssima divulgação boca a boca. […] O maior problema é que mesmo se você fingir que o livro não existe, o roteiro não funciona como uma história sozinha.”.