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Entretenimento / O Clube das Winx

Como surgiu a animação 'O Clube das Winx'?

O criador de 'O Clube das Winx', Iginio Straffi contou quais foram as inspirações por trás da criação da história da animação; descubra!

Redação Publicado em 29/12/2022, às 14h00

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Imagem promocional da animação Clube das Winx - Reprodução/Nickelodeon
Imagem promocional da animação Clube das Winx - Reprodução/Nickelodeon

Responsável por acompanhar o grupo de fadas que estuda em Alfea aperfeiçoando os seus poderes e habilidades ao mesmo que desenvolvem sua poderosa amizade e salvam o universo dos mais perversos tipos de vilões e ameaças, a animação ‘O Clube das Winx’ se tornou um enorme sucesso entre as crianças que cresceram no auge dos anos 2000.

O desenho que trás Bloom e suas amigas como protagonistas foi criado porIginio Straffi, um animador e diretor de cinema italiano que trouxe as amadas personagens as telas da TV em 2004, fazendo com que a animação se destacasse por trazer as poderosas heroínas em um universo totalmente único.

Além de contrinuirem para o desenvolvimento do mundo mágico, as meninas também somavam para o mundo da moda, visto que eram detentoras de estilos únicos, fato esse que também se tornou um dos pontos altos do desenho em meio as demais histórias já existentes em que as protagonistas heroicas eram formadas por um grupo de garotas.

Pensando nisso, surge a dúvida: o que levou Straffi a criar a dimensão mágica e todo o mundo que pertence ao ‘Clube das Winx’?

A motivação

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Cena de 'O Clube das Winx' / Crédito: Reprodução/Nickelodeon

Em entrevista concedida ao portal Polygon em junho de 2021, Straffi revelou que uma das grandes motivações para desenvolver uma história focada em mostrar a força e os poderes das fadas, foi a época em que a animação foi lançada, visto que nesse perído, a maioria das obras eram focadas no público masculino, apresentado heróis e aventuras protagonizadas por homens ou garotos.

Você pode pensar que isso é algo muito comum agora porque temos muitas heroínas femininas, e elas são mais fortes que os meninos e homens”, diz Straffi.

Além disso, ele queria dar uma nova perspectiva para o que eram esses seres mágicos e o que eles poderiam fazer, fugindo das narrativas já abordadas em outras produções:

Fadas não significam fada madrinha ou uma mulher com uma varinha. Pode ser algo muito novo, muito dinâmico”, destacou.

Para que a ideia fosse concretizada e o público pudesse conhecer as fadas da Dimensão Mágica, Straffi contou que foi preciso um longo trabalho para que a história e o visual idealizados por ele obtivessem um bom resultado, causando inclusive, o descarte de quase todo o primeiro episódio da animação, pois necessitavam de ajustes. “Joguei fora porque queria muito fazer algo original e diferente, e não era bom o suficiente”, explica Straffi.

Por que tantas temporadas?

Além disso, a animação, que incialmente deveria ter quatro temporadas, finalizou com oito, contando com episódios bem trabalhados, onde os arcos de seus personagens foram apresentados, desenvolvidos e encerrados, seguindo a lógica de uma série, característica que Straffi confessa não ter agradado muito as emissoras. “Elas [as emissoras] adoravam desenhos animados onde você pode mudar a programação”, diz ele.

Ele revelou ainda que essa forma de contar a história de um núcleo de personagens já era vista no Japão, com isso, ele esperava que assim como na Ásia, o público europeu e americano se empolgasse com as reviravoltas e mistérios das tramas.

Eu queria experimentar algo complicado, onde o personagem tem uma evolução, tem uma espécie de caminho — uma história de amadurecimento, onde eles descobrem quem são, seu poder, de onde vêm. Eu pensei que era um elemento forte para deixar os espectadores muito viciados. Eles querem saber o que vai acontecer a seguir.”

Muita moda

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Musa, Flora, Bloom, Stella e Tecna, personagens de 'O Clube das Winx' / Crédito: Reprodução/Nickelodeon

Por fim, ele explicou o motivo pelo qual o desenho traz grande destaque a moda, visto que as personagens estão sempre com roupas diferentes, que variam de acordo com o local e o clima em que estão situadas, além de possuírem estilos completamente únicos:

Não somos famosos e estabelecidos no entretenimento”, falou Straffi rindo. “Tive que tentar aproveitar o que [a Itália é] boa.”

A afirmação de Straffi se dá pois a Itália tem grande influência na indústria da moda, além do que, os próprios italianos possuem o senso comum da boa vestimenta. Assim, a animação também traz uma carga cultural de seu país de origem, que se torna um grande diferencial se comparado a outras obras já vistas nos canais da televisão.

Você acaba tendo [programas como] Scooby-Doo, onde os personagens usam as mesmas roupas em muitos e muitos episódios, e às vezes até em condições climáticas diferentes, simplesmente porque é muito caro e complicado de mudar”, explica ele. “Eu queria que fosse outro elemento de originalidade.”

Ainda assim, para que as personagens pudessem estar sempre na moda, Straffi contou que contratou uma equipe de estilistas:

Elas são adolescentes — na escola, elas se vestem de forma diferente do que quando estão praticando esportes ou quando saem para beber, ou quando vão à praia, ou para esquiar, ou qualquer outra situação. Achei que poderíamos estar muito na moda no desenho animado, e é por isso que contratei estilistas de verdade para desenhar seu guarda-roupa.”