Descubra como o Dia da Consciência Negra foi criado e por qual motivo
Redação Publicado em 20/11/2023, às 12h00
Celebrado no Brasil nesta segunda-feira, 20, o Dia da Consciência Negra surgiu em 1971, mas só foi aprovado pelo Senado em 2003, e instituído como data comemorativa em 2011, além de ter sido instituído como feriado em apenas em seis estados brasileiros: Alagoas (AL), Amazonas (AM), Amapá (AP), Mato Grosso (MT), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).
A data surgiu através da iniciativa de um grupo de jovens negros em Porto Alegre, município no Rio Grande do Sul, que formaram o Grupo Palmares, uma associação que realizava estudos sobre a história e a cultura negra, como explica a Agência Senado.
Em uma das reuniões do grupo, os membros chegaram a conclusão de que o dia 20 de novembro, data que marca a morte de Zumbi dos Palmares, deveria ser escolhida para destacar o protagonismo da luta dos ex-escravizados por liberdade, assim como trazer visibilidade para questões raciais.
Um dos motivos para a decisão, é o dia 13 de maio, data em que se comemora a abolição da escravatura no Brasil, estabelecida pela criação da Lei Áurea assinada pela princesa Isabel no ano de 1888. Isso porque, a data, que era usada como simbolo da luta do povo negro, trazia a ideia de que a liberdade não foi conquistada, mas sim, cedida aos negros.
Dessa forma, a nova proposta foi pensada para valorizar a luta, a história e a cultura dos afro-brasileiros, destacando um dos nomes mais importantes da luta conta a escravidão: Zumbi dos Palmares.
A escravidão existiu no Brasil por mais de 300 anos, visto que se acredita que os primeiros negros chegaram ao país por volta de 1538, enquanto a abolição só foi assinada em 1888.
Dessa forma, um dos meios de refúgio dos negros eram os quilombos, espaços de resistência em que os negros se abrigavam após fugir. Essas comunidades que surgiram durante o período colonial, comumente ficavam em lugares de difícil acesso e contavam com um líder — Zumbi foi um deles!
Como revela o portal Brasil Escola, o jornalista Décio Freitas revelou as poucas informações que se sabe sobre o passado de Zumbi, visto que, acredita-se que ele nasceu livre 1655, em Alagoas, no quilombo dos Palmares, o maior quilombo do Brasil.
Ainda assim, aos 7 anos, foi capturado e entregue a um padre. Escravizado, ele aprendeu a língua portuguesa e foi ensinado a seguir a religião católica. O relato conta ainda que aos 15 anos, ele fugiu e voltou a viver no quilombo.
Zumbi se tornou o último líder do quilombo dos Palmares, lurando bravamente pela liberdade do povo negro até 1695, quando teve seu esconderijo denunciado e acabou sendo morto por um bandeirante (grupo que lutava contra escravos fugidos) em 20 de novembro daquele ano.
