Com a estreia de ‘Pantera Negra: Wakanda para Sempre’, embaixadora do filme e cineasta esclarecem os motivos que fazem a franquia ser um marco
Izabela Queiroz Publicado em 10/11/2022, às 16h36
A espera acabou! Nesta quinta-feira, 10, chega aos cinemas ‘Pantera Negra: Wakanda para Sempre’, segundo filme da franquia que apresentou o primeiro herói negro dos quadrinhos ao MCU sob os comandos do diretor Ryan Coogler. Relembre o trailer!
A trama, que continua o legado de Chadwick Boseman, também passa o manto do herói de Wakanda para outra figura importante já conhecida, e segue os trilhos do primeiro filme, sem deixar de lado sua crítica social e política, apresentando questões sensíveis e que muitas das vezes são tratadas como um tabu, de forma poderosa, mas, ao mesmo tempo, leve.
Com isso em vista, em um bate-papo destinado à imprensa logo após a exibição do segundo filme, a influenciadora e embaixadora de ‘Wakanda para Sempre’, Djamila Ribeiro e o cineasta e jornalista David Wilson defenderam a importância não só do novo filme, mas também do seu antecessor para diversos aspectos da cultura negra e da luta antirracista.
Destacando primeiramente a construção positiva da representatividade negra, Djamila, menciona como mostrar a harmonia nesse quesito é significativa:
[A representação negra] é muito corrompida por essa visão colonizadora que tenta colocar a África numa perspectiva estereotipada, uma perspectiva de miséria. Trazer esse lugar da abundância, esse lugar do respeito a natureza, isso também é algo que é extremamente positivo e que a gente precisa valorizar”.
Citando aspectos de sua vida pessoal, a embaixadora do novo filme também menciona a importância dessa abordagem positiva, forte e empoderada para as novas gerações, e para a imagem que os jovens vão construir sobre si mesmos:
É um filme que me toca bastante como ativista, como escritora, mas também como pessoa, como mãe de uma adolescente, de ela poder assistir um filme que ela se veja representada de maneira positiva. Ela pode assistir um filme que a gente sabe o quanto que a imagem é poder, e quanto que a imagem tem o poder fundamental de construir a nossa subjetividade. Eu vim de uma geração em que essas produções não existiam, né? E a gente sabe o quanto que essas imagens são importantes pra gente construir quem a gente é.”
Destacando também os feitos do filme dentro da indústria cinematográfica, David Wilson, explica como a franquia abriu portas para novas produções protagonizadas por pessoas pretas, tanto nos bastidores, quanto nas telas.
Eu acho que 'Pantera Negra' mostrou a indústria de mídia que existe um público pra isso, um público que cresce. Pretos do Brasil, África, Europa, a gente tem coisas em comum e a gente quer consumir, e eu acho que sem 'Pantera Negra' você não tem ‘Mulher Rei’ e outras oportunidades. Eu acho que o primeiro filme abriu as portas para vários projetos e mostrou a indústria que negros tem poder.”
Vale lembrar que 'Pantera Negra', filme lançado em 2018, se tornou um grande marco ao se tornar a primeira produção do gênero a ser indicada a categoria de Melhor Filme na cerimônia do Oscar.
