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Entretenimento / Naruto e Bleach

Descubra por que 'Naruto' e 'Bleach' quase foram cancelados em 2011

No ano de 2011, os animes "Naruto" e "Bleach" quase tiveram suas produções canceladas devido a um grande desastre no Japão

Redação Publicado em 23/04/2024, às 14h30

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Cenas dos animes 'Naruto' e 'Bleach' - Reprodução/Pierrot
Cenas dos animes 'Naruto' e 'Bleach' - Reprodução/Pierrot

As animações japonesas, conhecidas popularmente como animes, são famosas em inúmeros países. Entre as produções mais renomadas desse gênero, é possível citar “Bleach” e “Naruto”, obras do estúdio Pierrot que acumulam uma enorme legião de fãs em todo o mundo, mas que, em 2011, quase foram canceladas devido a um desastre natural.

Isso porque, naquele ano, ocorreu no Japão um terrível terremoto seguido de um tsunami na região de Tohoku, que vitimou 20 mil pessoas, além de deixar cerca de seis mil feridos. A tragédia, que comoveu o mundo inteiro, também acabou afetando diretamente a produção de inúmeros estúdios — incluindo as criadas pelo Pierrot.

Durante uma recente entrevista à revista japonesa Natalie, Michiyuki Honma, presidente do estúdio, explicou que, na época, sua equipe estava trabalhando em mais de quatro projetos por semana, incluindo produções de “Naruto Shippuden” e “Bleach” e, com o desastre, a situação financeira da empresa se tornou tão crítica, que foi cogitado a dissolução do negócio.

"Assim que ocorreu o Grande Terremoto no Leste do Japão, tive uma grande sensação de crise. Na época, estávamos produzindo mais de quatro projetos por semana, incluindo Naruto Shippuden e Bleach. Mas logo as produções caíram em desordem, pois várias emissoras pararam de fazer transmissões regulares. Nossa renda tornou-se instável. Isto continuou durante dois meses e quase não conseguimos pagar os salários dos nossos trabalhadores. Encontramo-nos numa situação em que não tivemos outra opção senão dissolver a empresa", desabafou.

No entanto, Michiyuki afirmou que, apesar da situação delicada, o estúdio recebeu o apoio de outras produtoras, e conseguiu se recuperar.

"Fomos apoiados pelos nossos aliados na indústria e o banco concedeu-nos um empréstimo. Além disso, havia outras receitas fora da produção".

Mais sobre o desastre de 2011

O terrível desastre aconteceu em 11 de março de 2011, quando um terremoto com 9 graus de magnitude atingiu o leste do Japão, sendo o maior já registrado no país. Conforme repercutido pela BBC, o acontecimento ficou conhecido por três nomes: "Grande Terremoto de Sendai", "Terremoto de Tohoku" e "Grande Terremoto do Leste do Japão".

A movimentação das placas tectônicas da Eurásia e do Pacífico, localizadas no Oceano Pacífico, foi tão forte que também causou um enorme tsunami com ondas que iam de 10 a 15 metros de altura, aumentando a destruição da região.

Infelizmente, o terremoto e o tsunami não foram as únicas preocupações da população japonesa no grande desastre de 2011. Após os fortes tremores do dia 11 de março, um incêndio foi reportado na usina nuclear de Onagawa, localizada na província de Miyagi. O fogo começou no salão de turbinas, separado do reator, mas foi rapidamente controlado.

Na usina Fukushima Daiishi, em Fukushima, a situação foi um pouco pior. Com o terremoto, os três reatores que estavam em funcionamento no dia foram desligados automaticamente devido ao sistema de segurança, e passaram a ser resfriados através de geradores a diesel, após as linhas de transmissão de energia serem danificadas com os tremores.

No período da tarde, a usina foi atingida por ondas de 15 metros, alagando a região em que estavam os reatores, fazendo com que todos os equipamentos fossem danificados e o processo de resfriamento parasse, causando o pior desastre nuclear desde a explosão de Chernobyl, em 1985.

A BBC afirma que o vazamento de radiação se estendeu por seis dias após a explosão, levando duas semanas para que as equipes técnicas considerassem os reatores estáveis. Apesar da destruição, o governo japonês só confirmou a primeira morte relacionada à Fukushima em 2018, quando um trabalhador da usina faleceu de câncer, decorrente do acidente.