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Entretenimento / O Rei Leão

Afinal, a adaptação de 'O Rei Leão' pode ser considerada live-action?

Descubra a resposta para uma das principais dúvidas sobre 'O Rei Leão'

Izabela Queiroz Publicado em 24/06/2023, às 13h00

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Cena de  'O Rei Leão' (2019) - Reprodução/ Disney
Cena de 'O Rei Leão' (2019) - Reprodução/ Disney

Lançado em 2019, o remake de 'O Rei Leão' chegou para apresentar uma versão mais realista dos personagens que ajudam a contar a história do pequeno leão Simba que, após perder seu pai, Mufasa, o grande rei da floresta, durante uma emboscada, deverá descobrir como se tornar o herdeiro real nas planícies da savana africana, visto que o trono agora é ocupado por seu maléfico e egoísta tio Scar.

Ainda que o filme que recebe o selo Disney tenha sido lançado há cerca de quatro anos, existe uma dúvida, que tem origem na divulgação do primeiro trailer da produção realista comandada pelo cineasta Jon Favreau, que pode permear até os dias de hoje: afinal, a adaptação de 'O Rei Leão' pode ser considerada live-action?

Opiniões diversas

Antes do lançamento da produção, as opiniões sobre como classificar o novo 'O Rei Leão' eram diversas, como mostra uma matéria produzida pelo jornal O Globo em 2018, onde três profissionais da área cinematográfica tiraram conclusões diferentes sobre o assunto.

Começando pelo cineasta Eduardo Calvet, o texto explica que ao ver as primeiras imagens do longa, o diretor de "Luz, anima, ação", entendeu, com ressalvas, que a trama se tratava de um live-action, pois em sua concepção, existia a presença de cenários reais que teriam sido aprimorados com o uso de computação gráfica, assim como haviam sido usados atores para dar vida às expressões dos animais através da tecnologia de captura de movimentos (técnica vista em no Gollum de "O Senhor dos Anéis” e na franquia “Avatar”). 

Essa polêmica é interessante porque estamos num momento muito híbrido. Temos técnicas mistas, conjuntos separados que hoje estão se aproximando. É sim um live action, mas é importante dizer que em nenhum momento há um ator atuando sem o trabalho do animador por trás. Os atores nunca estão livres das cordas manipuladas pelo animador”, explicou Calvet.

Em contrapartida, o idealizador do festival Anima Mundi, Marcos Magalhães, observou as cenas de forma diferente, acreditando que não se encontravam atores em carne e osso no filme, defendendo assim, que a produção não é um live-action. 

Para se chamar assim, teria que haver uma imagem, uma fotografia acontecendo diretamente diante da câmera. No live-action se pega emprestado imagens da realidade, se recria uma realidade”, detalhou Magalhães.

Concordando com Magalhães, o cartunista e cineasta Otto Guerra, aponta que a obra de Favreau é uma "animação hiperrealista".

Já faz um tempo que os estúdios estão fazendo essas produções que simulam a realidade. No trailer, percebe-se que as interpretações são manipuladas, não são reais”.

Quem está definitivamente correto?

Na época em que Calvet, Magalhães e Guerra deram suas opiniões, a Disney ainda não havia revelado quais técnicas havia usado para a criação do filme, mas, a resposta chegou alguns meses depois, em uma matéria da revista Entertainment Weekly (via Uol Entretenimento) publicada em 2019, onde os bastidores da trama foram revelados, e também, qual definição se encaixa melhor para explicar o longa-metragem.

Isso porque, o texto explica que o filme foi produzido em um set inteiramente gerado por realidade virtual, diferente do que acreditava Calvet na época da matéria do O Globo.

Escolhemos esta técnica para fazer com que um filme animado pareça live-action. Ao invés de alguém sentado no computador programando, temos uma equipe de verdade que 'entra no set' e interage com a cena, tomando decisões de câmera que teríamos que tomar em um set de filmagens normal", explica Favreau.

Além disso, no live-action de "Mogli: O Menino Lobo", filme também comandado por Favreau, Neel Sethi foi o ator que deu vida ao personagem principal enquanto tudo à sua volta foi criado digitalmente, diferente de "O Rei Leão", em que não há elementos ou atores reais.

Após remover o único elemento físico de Mogli, não ficamos mais presos a uma tela verde, ou à operação de câmeras de verdade. Tudo se tornou virtual. Nós basicamente criamos um jogo de realidade virtual exclusivamente para a produção deste filme", detalhou o cineasta.

Com isso, é possível afirmar que o longa não é um live-action, visto que essa definição se aplica apenas a filmes em que os personagens são vividos por atores reais, assim como, a descrição “animação hiperrealista”, pode não ser a mais adequada.

Pensando nisso, a equipe de "O Rei Leão" revelou que preferem que o termo "produção virtual" seja usado para definir a trama, conforme revela a matéria do EW.