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Planetário / Planetas

Como os astrônomos descobrem novos planetas?

Saiba quais são as técnicas e instrumentos utilizados pelos especialistas!

Letícia Yazbek Publicado em 26/12/2021, às 08h00

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Getty Images
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Para encontrar outros planetas, os astrônomos precisam, primeiro, identificar uma estrela onde há indícios da presença de um ou mais planetas. As estrelas são encontradas por meio de imagens feitas por telescópios. Quando os astrônomos observam uma variação na posição ou na luminosidade da estrela, pode ser sinal de que há um planeta girando ao redor dela.

Se quiserem descobrir um planeta parecido com a Terra, os astrônomos podem procurar por uma estrela semelhante ao Sol. Para isso, eles usam equipamentos que captam a luz da estrela e a decompõe, revelando os elementos químicos que a formam. Aí, escolhem estudar a estrela que tem a composição química, tamanho e temperatura mais parecidos com os do Sol.

A técnica mais utilizada para descobrir planetas mede a velocidade radial da estrela. Os astrônomos sabem que os planetas também exercem influência gravitacional sobre as estrelas, causando um deslocamento nela. O telescópio captura a luz da estrela, que passa por um espectrógrafo, instrumento que mostra a posição das linhas que formam a luz da estrela.

A partir do deslocamento dessas linhas, é possível descobrir se a estrela está sendo balançada por um ou mais planetas. O padrão desse balanço também pode indicar as massas e as distâncias dos planetas à estrela.

Quanto maior e mais próximo o planeta, maior será o efeito que ele causa na estrela. Ele também será mais facilmente detectado pelos equipamentos. No futuro, telescópios cada vez melhores serão capazes de identificar deslocamentos muito pequenos, encontrando mais planetas!

Outra técnica muito utilizada é capaz de detectar a presença de um planeta quando ele passa na frente da estrela. Quando isso acontece, é possível medir uma diminuição no brilho da estrela, pois parte da luz é bloqueada pelo planeta. Medindo os intervalos entre essas diminuições de brilho, os astrônomos descobrem o período orbital do planeta (tempo que ele leva para dar uma volta em torno da estrela).

Existem outros métodos, menos utilizados. Em alguns casos, pode-se observar o deslocamento da luz vinda de uma estrela pela presença um planeta no meio da trajetória. Em algumas estrelas, em que o brilho varia de acordo com algum mecanismo conhecido, a presença de um planeta pode alterar o intervalo dessas variações. São raros os casos em que o telescópio consegue detectar o planeta diretamente por meio de uma imagem dele.

É importante lembrar que um planeta é um corpo sólido que gira em torno de uma estrela. Mas há uma condição para que o corpo seja classificado como planeta. Quando, no processo de formação, a matéria dá origem a um único corpo dominante, que se destaca na sua órbita, ele é considerado um planeta. Mas quando o material forma vários objetos, que compartilham a mesma região da órbita, eles são chamados de planetas anões.

Essa classificação surgiu em 2006, quando Plutão foi considerado planeta anão. O Sistema Solar tem oito planetas – os astrônomos não esperam encontrar mais nenhum planeta.