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Viva a História / Antiguidade

Como funcionava a vida em Esparta?

Em uma cidade que girava em torno da guerra, a região dos guerreiros mais temidos da Antiguidade era cheia de peculiaridades

Redação Publicado em 03/11/2020, às 19h46 - Atualizado às 19h48

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Guerreiro espartano do jogo Assassin's Creed Odyssey - Divulgação/Ubisoft
Guerreiro espartano do jogo Assassin's Creed Odyssey - Divulgação/Ubisoft

Os meninos eram apartados de casa quando faziam 7 anos. O Estado se encarregava de treiná-los como guerreiros. Não qualquer guerreiro. Eles seriam soldados espartanos, os militares mais capacitados, temidos, odiados e perfeitos da Antiguidade. Mas qual era o segredo da cidade para forjar militares tão formidáveis? A origem da tradição talvez resida nas Leis de Licurgo, legislador do século 8 a.C. que deixou um código determinando praticamente tudo na vida de um espartano.

Por volta do ano 1000 a.C., a cidade foi conquistada pelos dóricos, que se consideravam descendentes do semideus Héracles (o Hércules romano). Eles estabeleceram uma monarquia dual, com reis de diferentes dinastias. “A dualidade levava a conselhos divididos, rivalidades dinásticas, ansiedades de sucessão, luta faccional”, diz Paul Cartledge, da Universidade de Cambridge.

Entretanto, as decisões mais importantes eram tomadas por cinco representantes eleitos e pela Gerúsia, formada por 28 cidadãos com mais de 60 anos – sempre com base nas Leis de Licurgo. E o principal tópico da legislação era que o cidadão de Esparta não trabalharia na terra, não praticaria o comércio nem ganharia a vida como artesão. A única atividade nobre para o cidadão era a guerra. E eles passavam a vida treinando para ela.

Enquanto em outras cidades gregas as pessoas dividiam o tempo entre o treinamento militar e os afazeres cotidianos, a vida do espartano era focada no combate. O Estado estava tão impregnado na vida privada que cabia à Gerúsia decidir quais bebês deveriam viver (nas outras cidades, que também praticavam o infanticídio, a decisão cabia ao pai, não ao governo).

Comportamento

O comportamento de um espartano era bastante curioso. Até os 30 anos, ele não tinha uma casa para chamar de sua. Morava com a tropa, em geral em barracos, na periferia da cidade ou em tendas de campanha, algo esperado para quem nasceu para guerrear. Segundo o historiador Scott Rusch, autor de Sparta at War, a razão é que eles eram apenas jovens cidadãos, ainda que focados no combate. Como não eram soldados, não fazia sentido viver em quartéis.

Em uma Esparta com poucas mulheres que passavam boa parte do tempo longe dos filhos e dos maridos, a condição feminina era bem distinta se comparada a outras cidades gregas. Elas faziam exercícios ao ar livre, usavam pouca roupa e tinham senso de humor. Um ateniense perguntou a Gero, mulher do general Leônidas, por que as espartanas mandavam nos homens. “Porque somos as únicas que podem gerar homens”, respondeu. Elas podiam ter até casamentos poliândricos (uma mulher com mais de um parceiro), se os maridos concordassem – como a geração de novos guerreiros era a prioridade, casamentos múltiplos tornaram-se um jeito de resolver o problema.

++Leia a matéria completa no site Aventuras na História, parceiro da Revista Recreio.