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Viva a História / Cotidiano

Como as pessoas faziam a higiene antigamente?

Descubra como a sociedade costumava fazer na época em que não existia escova de dente, chuveiros ou até mesmo sabonete

Letícia Yazbek Publicado em 23/04/2021, às 07h30 - Atualizado às 16h01

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Imagem ilustrativa de uma pessoa lavando as mãos - Pixabay
Imagem ilustrativa de uma pessoa lavando as mãos - Pixabay

Dentes brilhando

Antes da invenção da escova de dentes feita com cerdas de náilon, em 1938, muitos objetos foram usados para limpar a boca. Os assírios (que habitaram a Mesopotâmia, região do atual Iraque, entre 2400 e 612 antes de Cristo) usavam os dedos e as unhas. Mas, por volta de 3 mil antes de Cristo, os egípcios já tinham um tipo de escova de dentes, feita com um ramo de planta, que tinha as fibras desfiadas na ponta. Bem mais tarde, em 1498, os chineses inventaram a primeira escova, feita com pelos de porco.

E o creme dental? Os egípcios, mais ou menos em 3 mil antes de Cristo, usavam uma pasta feita de flores, folhas de menta, pimenta e sal. Em Roma, no mesmo período, era comum usar um pó obtido das cinzas dos ossos de animais (e misturado com ervas e areia). Na Idade Média, o hábito era fazer um bochecho com urina. A primeira fórmula de creme dental moderno surgiu na Inglaterra, no século 18.

Cabelos macios?

Durante muitos séculos, a limpeza dos cabelos era feita com sabão comum — o mesmo usado no resto do corpo. Na Índia, por volta de 1500 antes de Cristo, o costume era usar a amla seca, fruta típica da região, que tem propriedades de limpeza. Os primeiros xampus só surgiram na década de 1890 e tinham fórmula parecida com a dos detergentes. Foi só em 1927 que o químico alemão Hans Schwarzkopf criou algo específico para os fios.

Hábito diário

Por volta do ano 3 mil antes de Cristo, o banho era sagrado para os egípcios. Eles acreditavam que lavar o corpo era uma forma de purificar o espírito — e faziam isso cerca de três vezes por dia. Bem depois, na Idade Média, os europeus encaravam a água, em grandes barris, só uma vez por ano. No século 19, o banho passou a ser visto como uma forma de cuidar da saúde, mas ainda era evitado pela maioria das pessoas. Só se tornou comum na cultura ocidental por volta de 1930, quando chuveiros foram instalados nas casas.

Gordura contra a sujeira

O sabonete em barra surgiu no século 7, quando o processo de fabricar sabão foi descoberto pelos árabes. Antes disso, a maioria das civilizações da Antiguidade usava cinzas vegetais e gorduras animais para mandar a sujeira embora: os egípcios faziam uma mistura de sais e óleos animais e vegetais, enquanto os fenícios (habitantes dos atuais Líbano e Síria) preferiam banha de cabra.

Adeus, suor!

O primeiro desodorante foi criado em 1888, pela empresa norte-americana Mum. Ele era feito a partir de uma cera de zinco que eliminava os microrganismos que causam ao mau cheiro. Antes disso, a maioria dos povos usava óleos e perfumes para evitar o cheiro ruim. Por volta do ano 100, os romanos até criaram uma almofada perfumada que ficava sob as axilas, mas a invenção não se popularizou.

Antes do vaso

Na Antiguidade, muitos povos faziam cocô e xixi em baldes ou penicos. O conteúdo era jogado pela janela ou descartado em rios. Também havia a fossa — um buraco no chão, ao ar livre. Peles de animais, plantas e esponjas serviam de papel higiênico. Em 1596, o inglês John Harrington criou o primeiro vaso sanitário moderno. Já o papel higiênico só apareceu em 1857!

Consultoria: Sérgio A. Feldman (professor do Departamento de História da UFES).