Sendo um dos mais importantes do País, o Velho Chico passa por mais de 500 municípios, levando comida, água e energia para as pessoas
Foi em 4 de outubro de 1501 que o rio São Francisco, já conhecido pelos índios, foi descoberto pelos viajantes europeus Américo Vespúcio e André Gonçalves. Os índios o chamavam de Opará (significa rio-mar). Os exploradores alteraram o nome em homenagem ao santo católico festejado na mesma data.
Por onde passa?
O rio atravessa 521 municípios e cinco estados (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe): nasce na Serra da Canastra, em São Roque de Minas (Minas Gerais), escoa no sentido Sul-Norte pela Bahia e Pernambuco, quando muda de rumo e segue para desaguar no Oceano Atlântico, na divisa entre Sergipe e Alagoas.
Mil e uma utilidades
Além de ser o maior rio a correr totalmente dentro do território brasileiro, o Velho Chico é o quarto maior da América do Sul em volume de água. E ele faz toda a diferença para as pessoas que moram nas redondezas: serve de meio de transporte, fonte de energia elétrica e fonte de irrigação.
Existem seis usinas hidrelétricas no curso do rio São Francisco: Três Marias, Paulo Afonso, Moxotó, Sobradinho, Xingó e Itaparica. A água do rio é usada na irrigação da agricultura da região, especialmente no semiárido, onde são plantadas frutas variadas.
O São Francisco se estende por 2.830 quilômetros, em velocidade média de 0,8 metros por segundo. Ele recebe água de 168 afluentes (rios e cursos de água menores que desaguam em rios principais).
O povo do Velho Chico
Pode acreditar: 9,5% da população brasileira, ou 16,14 milhões de pessoas, vivem às margens do São Francisco. São os chamados ribeirinhos, que lutam pela preservação do rio e vivem de forma sustentável, aproveitando os recursos sem prejudicar o ambiente. É fácil identificá-los: são excelentes pescadores, têm dieta à base de peixe e constroem as próprias embarcações e redes de pesca.
Água povoada
Muitos peixes vivem no Velho Chico — existem 152 espécies nativas do rio, como surubim, dourado, pacamã, piau e curimatã-pacu. Eles são a principal fonte de alimentos para a população que vive em às margens do rio.
Para mais pessoas
Já ouviu falar do projeto de transposição do rio São Francisco? A ideia é aproveitar os recursos do Velho Chico para solucionar o problema da seca que afeta populações do semiárido brasileiro (390 municípios entre Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte). Trata-se da transferência de parte da água do rio para o abastecimento de açudes e rios menores na região Nordeste. As obras tiveram início em 2007 e ainda estão sendo finalizadas.
Consultoria: J. Ilton P. Jornada (professor assistente da UFRJ e doutor em Ciência, Tecnologia e Educação do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca do Rio de Janeiro).