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Natureza / Fenômenos

Como os vulcões são formados?

Apesar de serem assustadores, eles são extremamente importantes para regular a temperatura atmosférica, fertilizar o solo e formar depósitos de minérios para as indústrias

Lucas Vasconcellos Publicado em 08/01/2021, às 10h00 - Atualizado às 16h35

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Imagem ilustrativa de um vulcão em erupção - Pixabay
Imagem ilustrativa de um vulcão em erupção - Pixabay

Um vulcão é uma estrutura sobre a crosta terrestre e pode ter dois formatos: central (os famosos cones vulcânicos) ou fissural (uma rachadura na crosta, também chamado de vulcanismo rift). No nosso planeta, 90% dos vulcões ativos são fissurais e estão localizados nos limites das placas tectônicas, principalmente sob oceanos (por isso não conseguimos ver). Há indícios de que os vulcões existem na Terra há cerca de  4,2 bilhões de anos.

Vulcões em atividade são importantes para mostrar que as placas tectônicas estão em movimento, o manto está ativo e o planeta está geologicamente “vivo”. Se um dia a Terra não tiver mais atividades vulcânicas, significa que o manto esfriou e, como consequência, seria o fim da vida na Terra. 

Nas profundezas

Os oceanos Atlântico, Índico e Pacífico têm vulcões fissurais subaquáticos. Eles são mais importantes do que os que estão na superfície: influenciam na temperatura da água, gerando correntes quentes nos oceanos, que ajudam a controlar a temperatura da Terra.

Os aposentados

Existem vulcões que não entram mais em erupção: são os inativos. Mas eles contam muito sobre a história do planeta, além de terem, ao redor, importantes depósitos de minério. Um exemplo é a de Poços de Caldas (Minas Gerais), onde houve intensa atividade vulcânica há 80 milhões de anos (para você ter uma ideia de tempo o homo sapiens possui 200 mil anos). Hoje, o solo da região é enriquecido em alumínio, permitindo a exploração da rocha bauxita.

Dorminhocos

De tempos em tempos, muitos vulcões entram em atividade. Essa operação, quase em ciclo, faz com que eles sejam chamados de adormecidos. Na Islândia (Europa) existam vários que entram em erupção a cada 70 anos, mais ou menos. Nesse momento, o magma vem de mais de 100 quilômetros de profundidade. Daí, quando chega à superfície, essa substância forma a lava – que pode demorar milhares de anos para solidificar.

Tipos de lava
A temperatura dentro de um vulcão varia entre os três tipos de lava:
- A basáltica tem menos de 45% de sílica (substância encontrada na areia da praia, por exemplo). Esse tipo de lava é mais comum em vulcões do tipo fissural, com temperatura entre 900 e 1.200 graus Celsius.

- Com mais de 60% de sílica, a lava é chamada de riolítica (presente em vulcões do tipo central, com temperatura entre 600 e 900 graus Celsius – esse tipo de lava explode mais do que a basáltica).

- Quando há entre 45% e 60% de sílica, forma-se a lava intermediária, chamada de andesítica (ele está presente em grande maioria dos vulcões da Cordilheira dos Andes e daí o nome da lava).

Nada de calmaria

Hoje, não há vulcões ativos no Brasil, mas nosso país teve grande atividade no passado. Quando a parte sul do grande continente Pangeia se dividiu, separando a costa africana da sul-americana há 125 milhões de anos, parte do Brasil era coberta por um grande deserto. Sobre ele se formou uma das maiores atividades vulcânicas da Terra: houve até 2 quilômetros de lava basáltica distribuídas em 1,2 mil quilômetro quadrados, que se solidificou e formou a rocha basalto. Ela recobre o aquífero Guarani (formação que armazena água subterrânea) e dá a origem a uma terra roxa muito fértil.


Consultoria: Fábio Braz Machado (Professor da Universidade Federal de São Paulo e Diretor da Sociedade Brasileira de Geologia).