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Escola / Comportamento

Pesquisa afirma que brasileiros temem consequências para filhos com o aumento do bullying e cancelamento

A pesquisa inédita realizada pelo Observatório FEBRABAN revela novos dados sobre bullying e cancelamento no Brasil

Redação Publicado em 28/06/2022, às 11h59

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Imagem ilustrativa de cyberbullying - Pixabay
Imagem ilustrativa de cyberbullying - Pixabay

A pesquisa Pesquisa FEBRABAN-IPESPE Bullying e Cancelamento: Impacto na Vida dos Brasileiros realizada pela 11ª Edição do Observatório FEBRABAN mostrou o alcance dessas temáticas, onde 78% dos entrevistados afirmaram saber o que é “bullying”, 30% o que é “cultura do cancelamento” e 31% tomaram conhecimento da lei que torna crime o “stalking”, ou seja, perseguição.

O estudo foi realizado entre os dias 21 de maio e 2 de junho, com 3 mil pessoas nas cinco regiões do País, e traça um amplo panorama a respeito do grau de conhecimento dos brasileiros sobre bullying e cancelamento no país. O levantamento também conta com um recorte regional.

Segundo a pesquisa, a maior parte dos brasileiros acredita que os casos de bullying e os de cancelamento nas mídias sociais cresceram muito no Brasil, e avaliam que esses fenômenos sociais não têm sido tratados de forma adequada. A maioria ressalta a existência do silêncio das vítimas, que não denunciariam os agressores por falta de apoio, medo de retaliação e vergonha.

Além de mais conhecido, o bullying é também é considerado o comportamento mais preocupante. Entre os pais, 81% expressam o receio de que seus filhos sofram bullying ou cyberbullying. E, para 75% dos entrevistados, não pode ser considerada uma “brincadeira” qualquer atitude que discrimina, humilha ou ridiculariza alguém. Para a maioria, esse tipo de conduta leva ao desenvolvimento de problemas psicológicos nas vítimas.

A cor, raça e a orientação sexual se destacam entre as motivações para esse tipo de assédio moral, e o ambiente escolar é citado como principal local de ocorrência de bullying.

O cancelamento, por sua vez, causa mais polêmica. Embora a maioria acredite, total ou parcialmente, que se trata de uma forma de chamar as pessoas à responsabilidade sobre como se comportam e o que publicam nas redes sociais, é alto o percentual dos que alegam ser uma forma de censura, ou um termo equivalente à perseguição e intolerância. As celebridades apareçam como o principal alvo de cancelamento, mas as pessoas comuns que estão nas redes sociais não ficam muito atrás.

No entendimento de grande parte dos entrevistados, o combate ao bullying e cyberbullying passa por ações preventivas relacionadas a campanhas de conscientização, além do apoio psicológico e judicial oferecido às vítimas.

Já com relação à coibição da cultura do cancelamento, a maioria crê que deve ser feita através de canais de denúncia nas redes sociais, enquanto 43% apostam no trabalho de associações e serviços especializados.

“O bullying e o cyberbullying tornaram-se um grave problema de saúde pública. Depressão, baixa autoestima e tentativas de suicídio são alguns exemplos de consequências dessas condutas, evidenciando a necessidade de ampliar o esclarecimento e a discussão sobre o tema”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE. Para ele, esse conhecimento se torna especialmente importante em uma sociedade contemporânea, “mais intolerante e onde a privacidade quase inexiste, mas que, ao mesmo tempo, demanda por mais empatia, ética, responsabilidade e transparência nas relações pessoais e corporativas”.

A íntegra do 11º levantamento OBSERVATÓRIO FEBRABAN, pesquisa FEBRABAN-IPESPE pode ser acessada neste link.