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'Diários de Intercâmbio': atriz que participou do filme fala sobre protagonismo preto no cinema

Valéria Silva, brasileira com carreira de atuação nos Estados Unidos, falou sobre a experiência do filme e seus projetos

Giulia Poltronieri Publicado em 27/08/2021, às 16h27

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Valéria Silva - Divulgação
Valéria Silva - Divulgação

No último dia 18 de agosto, estreou na Netflix o novo filme de Larissa Manoela. Intitulado “Diários de Intercâmbio”, o longa teve boa parte de seu roteiro gravado nos Estados Unidos e contou com a participação da brasileira Valéria Silva, que interpreta uma cientista.

Ela, que construiu sua carreira na atuação fora do país, bateu um papo exclusivo com a Recreio e contou mais sobre sua experiência trabalhando nas telonas internacionais e os desafios que enfrentou. Confira:

Como e quando decidiu sair do Brasil para fazer sua carreira fora?

“A oportunidade de vir morar em Los Angeles surgiu depois de um teste que fiz em São Paulo para uma bolsa de estudos de uma faculdade, para estudar atuação para cinema e TV. Eles me aprovaram logo depois que saí da sala. Fiquei sem reação. E agora? Vou ou não? Na época, eu estava terminando minha faculdade de Relações Internacionais. A faculdade em Los Angeles segurou minha bolsa até eu terminar minha faculdade aqui no Brasil. No ano seguinte,  vim morar em Los Angeles. Tudo isso foi em 2014, estou aqui até hoje. Vim com a intenção de estudar e acabei me apaixonando pela indústria daqui. Já fiz comerciais, produzi e atuei em filmes aqui em Los Angeles. Produzo também um festival de cinema chamado Hollywood Brazilian Film Festival. E o que mais me impressiona até hoje são as oportunidades que chegaram até mim. Principalmente oportunidades de trabalho no Brasil. Morando aqui, conheci muitas pessoas da indústria do cinema brasileiro. Essas pessoas me ajudaram e ainda me ajudam muito. Sou muito grata por tê-las em minha vida”.

Divulgação
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Você tem uma carreira bem legal fora do país. O que diria para outras meninas que também têm esse sonho?

“Eu diria que sonhos são difíceis, mas não impossíveis. Tive que amadurecer do dia para a noite para poder conquistar as coisas que queria. Não foi nada fácil ou dado. Foi tudo com muito esforço, dedicação e muito estudo. O apoio da família foi essencial, e eles me davam força quando eu mesma pensava que não podia mais. Mas o mais importante é estudar, ter conhecimento pelo o que você quer fazer e ser na vida. Falar que quer algo e ficar sentada em casa não dá, né?!”.

E quem é sua principal inspiração dentro da profissão?

“Eu tenho várias inspirações, na verdade. Cada uma por um motivo diferente. Alice Braga, por ter conquistado o espaço dela na indústria internacional, Viola Davis, pela força e talento como mulher preta. Zoe Saldana, Afro-Latina que conquistou Hollywood e faz personagens de Fantasia e ‘sci-fi’ que são os personagens dos meus sonhos.”

Você sente que, principalmente em Hollywood, há menos papéis para pessoas negras? Como acha que isso pode ser mudado?

“A indústria mudou para melhor. Temos muito mais oportunidades e mais espaço do que antes, porém ainda não é o suficiente. Temos muito espaço a ser conquistado, mas estamos chegando lá. Tudo começa na sala de roteiro, quando os roteiristas começam a escrever mais para nós, pretos e latinos. Esse é o primeiro passo”.

Você tem alguns projetos voltados para o protagonismo de atores negros em desenvolvimento. Conta um pouquinho mais sobre isso.

"Tenho, sim. Eu escrevi um filme de comédia brasileira que está com uma produtora no Brasil. Sou produtora e parte do time de criação de uma série passada no Brasil e aqui, em Los Angeles. E acabei de escrever meu primeiro filme de ação que vamos convidar uns nomes bem bacanas. Tenho certeza de que todos vão amar. Se passa no Brasil e aqui na Califórnia, também. Todos esses projetos são protagonismos pretos. Minhas ideias e meus roteiros, escrevo para poder promover a nossa cultura, nosso povo e nossa representatividade".

E, por fim, como foi fazer o “Diários de Intercâmbio”? Tem alguma curiosidade legal sobre as gravações que você pode contar?

“Filmar o longa foi maravilhoso! A Larissa [Manoela] é um amor de pessoa, super humilde, capricorniana como eu, super experiente e a equipe foi maravilhosa. O diretor, Bruno Garotti, é um gênio. Ele tem uma pegada de comédia genial, me fez sentir super tranquila e me trataram super bem. Não tenho palavras para descrever o carinho e gratidão que tenho por eles. Bruno Montelone é um encanto, tem uma energia maravilhosa, a Tati Lopez, magnífica. Não tive cenas com ela, porém a energia dela nos bastidores não tem igual. E, claro, meu querido David Sherod e eu demos muitas risadas. O ajudei a entender algumas coisas em português, levei-o no Cristo. Tudo foi encantador. Acho que precisamos de um segundo filme”.

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