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Direção ao contrário? Entenda por que na Inglaterra se dirige pelo lado esquerdo

Descubra o motivo por trás deste costume completamente diferente do que estamos acostumados

Mariana Ribas Publicado em 16/07/2021, às 09h00 - Atualizado às 09h53

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Carro com o volante na direita - Pixabay
Carro com o volante na direita - Pixabay

Entre os tantos temas que dividem o mundo em dois está o lado de dirigir. Na Inglaterra, África do Sul ou Japão, por exemplo, os carros têm volante do lado direito e circulam pela faixa esquerda da pista — exatamente o contrário do que os brasileiros (e a maioria dos países) estão acostumados. E para entender essa escolha, é preciso voltar ao século 18, quando ainda não havia nenhuma divisão.

Nesta época, desde o Império Romano até o fim de 1700, a preferência da população era andar pela esquerda, seguindo o decreto de papa Bonifácio VIII, que ordenava os peregrinos que seguiam em direção a Roma. O método, além de evitar o caos na estrada, permitia que os cavaleiros, soldados e cocheiros, cuja maioria era destra, deixassem a mão direita livre para empunhar a arma em caso de ataque.

Os ingleses foram os primeiros a tornar este sistema obrigatório em 1773 — até hoje conhecido como mão inglesa. E os Estados Unidos, então, teriam feito a inversão para reafirmar sua ruptura com a Inglaterra: em 1792, os americanos assinaram a primeira lei determinando que os condutores deveriam trafegar pelo lado direito da pista, o que explica a influência do sistema adotado no Brasil.

Em 1919, a Ford montou, em um armazém de São Paulo, seu popular Ford T e, seis anos depois, a Chevrolet também chegou ao país. Todos os carros já usavam a configuração adotada pelos americanos, que, aliás, é conhecida até hoje como mão francesa.

E não recebe tal nome à toa: Napoleão Bonaparte e a Revolução Francesa também são apontados como responsáveis por nosso jeito de dirigir. Canhoto, Napoleão teria ordenado a seus soldados que trafegassem pelo lado direito. Antes da Revolução, o costume da aristocracia francesa era usar o lado esquerdo das ruas, apertando os camponeses do lado direito. Porém, depois da Queda da Bastilha, acharam mais prudente se misturar ao povo. Em 1794, trafegar pelo lado direito virou lei em Paris.

Uma outra explicação parte do fim do século 17, quando a produção agrícola exigia carroças maiores, puxadas por mais cavalos. Com as rédeas na mão esquerda, os condutores ficavam mais à esquerda para chicotear as parelhas. E para ampliar seu campo de visão, naturalmente usavam o lado direito da via. Até 1936, a maioria dos países ainda aplicava a mão inglesa. Hoje, 70% dos motoristas usam a mão francesa.