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Moana foi inspirada em povos que existiram na vida real?

Conheça mais sobre a história do povo polinésio, habitantes da região chamada de Polinésia que serviram de inspiração para 'Moana'

Redação Publicado em 06/04/2024, às 13h00

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Cena de 'Moana: Um Mar de Aventuras' (2016) - Reprodução/Disney
Cena de 'Moana: Um Mar de Aventuras' (2016) - Reprodução/Disney

No filme 'Moana', há personagens com várias tatuagens. Isso era mesmo uma característica do povo polinésio antigo — a animação se passa há cerca de 2 mil anos. A partir da adolescência, o jovem tinha a pele desenhada, usando instrumentos de bambu, osso ou madeira (e pigmentos feitos de fuligem e água). A tatuagem identificava a ilha de origem e a posição hierárquica daquela pessoa na sociedade.

Por novas terras

Há cerca de 4 mil anos, os polinésios (habitantes da região chamada de Polinésia, no Oceano Pacífico) foram descobrir o mundo! Eles partiram de ilhas como Nova Guiné e Salomão para encontrar outros territórios próximos, como as ilhas Fiji, Tonga e Samoa.

Aos poucos

Os polinésios eram espertos: para evitar o fim dos recursos naturais de uma região, colonizavam novos locais. Assim, mesmo estabelecidos em algumas ilhas do Pacífico, foram além! Entre os anos 800 e mil, chegaram ao Havaí. Depois, por volta de 1200, atingiram a Ilha de Páscoa (atual território do Chile) e a Nova Zelândia.

De olho na natureza

Os polinésios antigos não tinham instrumentos de localização, como bússolas, para navegar. Mesmo assim, conseguiam direcionar os vakas (canoas, no idioma deles) seguindo alguns sinais: as estrelas, os voos de aves migratórias, a formação de ondas e correntes no mar, o vento e a cor das nuvens. Eles ainda sabiam que havia terra por perto graças à fumaça dos vulcões da região.

Os vakas, em geral, tinham duas velas em formato de triângulo feitas de fibras de coco. Com o tempo, o visual foi mudando, mas as características principais foram mantidas: cascos interligados e forquilhas (flutuadores laterais) — para dar estabilidade. O casco desses tipos de canoa era escavado no tronco das árvores. Com tudo isso, os vakas navegavam até 200 quilômetros por dia.

Arca de Noé

A bordo dos vakas, além da tripulação (formada por homens, mulheres e crianças), iam cães, porcos, galinhas e mudas de plantas — tudo o que fosse necessário para viver no local descoberto. Quando chegavam a uma ilha, os diversos clãs polinésios viviam sob o mesmo teto.

Uma tradição desse povo era o mahu: um familiar sempre cuidava dos pais na velhice. Como a tarefa era feminina, o cuidador, independentemente do sexo, era considerado mulher (usava uma flor na orelha direita) — e recebia o respeito da sociedade.

Adeus, oceano!

Os polinésios pararam de desbravar novos lugares no momento em que foram colonizados pelos europeus, no século 16. O primeiro a desembarcar na região foi o navegador espanhol Álvaro de Mendaña de Neira, que chegou às Ilhas Marquesas em 1595. A partir daí, outros povos europeus dominaram a Polinésia.

Hoje em dia

O conjunto de ilhas da Polinésia abrange uma enorme área do oceano: são mais de 298 mil quilômetros quadrados para cerca de 4,5 milhões de habitantes. As maiores ilhas têm origem vulcânica e as menores surgiram a partir de corais. Hoje, a maioria das ilhas pertence aos Estados Unidos (Havaí e Midway), à Nova Zelândia (Ilhas Cook, Tokelau e Niue), à França (Ilhas Marquesas, Tuamotu, Tubuai e ilhas que formam a Polinésia Francesa) e ao Chile (Ilha de Páscoa, Sala e Gómez).