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Entretenimento / Viva a História

A mentira envolvendo Pierre Brassau, o macaco artista

Em 1964, um misterioso pintor impressionou a comunidade artística sueca e recebeu elogios de críticos de arte, até que sua identidade foi revelada

Alana Sousa Publicado em 16/09/2020, às 15h06 - Atualizado às 15h06

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Peter, o chipanzé, com pincéis artísticos - Wikimedia Commons
Peter, o chipanzé, com pincéis artísticos - Wikimedia Commons

No ano de 1964, na Gallerie Christinae em Gotemburgo, localizada na Suécia, estava marcada uma exposição de um artista misterioso que se sabia apenas o nome: Pierre Brassau. Quando chegou o dia, a galeria ficou lotada com os mais renomados críticos de arte e cultos apreciadores. A comoção foi grande, seria este mais um nome promissor do expressionismo abstrato — que já revelara artistas como Jackson Pollock e Willem de Kooning.

“Brassau pinta com pinceladas poderosas, mas também com determinação clara. Suas pinceladas se contorcem com furiosa fastidiosidade. Pierre é um artista que se apresenta com a delicadeza de uma bailarina”, escreveu o crítico Rolf Anderberg. Todos se perguntavam quem era o talentoso pintor que, por alguma razão, não queria revelar sua identidade.

A surpresa veio pouco tempo depois, quando foi descoberta a residência de Pierre Brassau. Para o choque de toda a comunidade artística, a casa do misterioso autor das impressionantes obras de arte estava localizada no zoológico Borås Djurpark, na Suécia, mais precisamente dentro da ala dos primatas. Pierre era, na verdade, Peter, um chipanzé de quatro anos de idade.

Com a descoberta de que Pierre não era humano e, sim, um macaco, a verdade completa veio à tona. O plano fora organizado pelo jornalista Åke "Dacke" Axelsson, que trabalhava para o tabloide sueco Göteborgs-Tidningen. O homem queria avaliar as habilidades dos críticos, testando na prática se eles saberiam diferenciar entre uma obra feita por uma pessoa e uma feita por um animal.

Farsa artística

Certo dia, Axelsson foi até o zoológico e pediu para que um dos funcionários entregasse um conjunto de tintas e telas para Peter. No começo, o macaco estranhou os itens, estava mais interessado em comer as tintas do que realmente usá-las como forma de expressão artística.

Um tempo depois, Peter começou a fazer os primeiros rabiscos na tela. Logo, o jornalista — e o funcionário do zoo que ajudava na missão—, entendeu que o interesse do primata em pintar estava ligado ao número de bananas que lhe eram dadas. Quanto mais frutas ele ganhava, mais rápido suas telas eram preenchidas com pinceladas aleatórias que, juntas, formavam uma convincente pintura abstrata.

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