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Como nós fazíamos sem dentista?

As pessoas já passaram por processos muito mais dolorosos para cuidar dos dentes

Marcus Lopes Publicado em 03/07/2020, às 14h00 - Atualizado às 15h46

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Getty Images
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Antes de existirem os cirurgiões-dentistas, a humanidade passou por poucas e boas para tratar a dor de dente. Médicos, monges religiosos e até barbeiros exerciam o ofício, que, durante muito tempo, praticamente se resumia à mera extração – com muita dor, claro.

Em 2012, foi encontrado na Eslovênia, no Leste Europeu, um dos vestígios mais antigos da existência de um dentista. Um dente de aproximadamente 6,5 mil anos de idade foi achado com um preenchimento de cera de abelha na coroa. Os estudos mostraram que o material foi aplicado na época da morte do indivíduo, mas não se sabe se foi antes ou depois. Caso tenha sido antes, provavelmente era para diminuir a dor provocada por uma rachadura nas camadas de esmalte.

Documentos sumérios feitos em tabletes de argila dão conta que, em 2750 a.C., já havia procedimentos cirúrgicos em mandíbulas. Na mesma época foram encontrados, na região da Mesopotâmia, peças para limpeza dentária, como palitos de metal.

Na Idade Média, os primeiros a exercer a odontologia foram os monges católicos, que também davam seus pitacos na medicina, realizando tratamentos e cirurgias, já que tinham maior acesso ao conhecimento do que a população em geral. Após a Igreja proibir essa prática, quem herdou a função foram os barbeiros, que teriam aprendido tudo com os religiosos.

Por mais difícil que seja acreditar, durante muito tempo quem tinha dor de dente podia resolver o problema no mercado público - a profissão de dentista também foi exercida de maneira bastante rudimentar por curiosos que iam às feiras e mercados oferecer serviços de extração e tratamento de dentes.

A odontologia começou a evoluir de fato por volta de 1700, quando surgiram novos instrumentos, como boticões mais eficientes, e profissionais especializados. No mesmo século, foi publicado o primeiro trabalho relacionado à prótese dentária. O temido motorzinho, que causa tanta aflição nos pacientes, surgiu no fim do século 19, mas só chegou ao que conhecemos hoje no século 20.